Gianni Infantino concedeu entrevista coletiva e minimizou questões políticas da Copa do Mundo no Catar
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, concedeu entrevista coletiva neste sábado (19) em Doha. A Copa do Mundo no Catar tem sido alvo de críticas por conta da sua política, onde há diversas questões discriminatórias relativas a vários grupos de minorias.
Todavia, confrontado com isso, o mandatário da entidade máxima do futebol mundial minimizou essas questões. Além disso, para quem critica, ele sugeriu: “não assista”.
“Não assista. É como essas pesquisas que mostram alguns candidatos na frente, e depois eles não ganham. Pega bem para alguns dizer que não vão assistir, porque o Catar isso, porque a Fifa aquilo”, afirmou.
“Mas a gente sabe que essas pessoas vão assistir, talvez escondidos. Porque nada é maior do que a Copa do Mundo. Para estas pessoas, as que vão ver escondidas, eu digo que vai ser a melhor Copa do Mundo da história”, acrescentou Infantino.
O presidente da Fifa tenta manter um discurso, nos últimos anos, de aproximação da entidade com causas de minorias ao redor do mundo, unindo através do futebol.
Ainda assim, para querer justificar, disse que sabe como esses grupos se sentem. Mas comparou com o bullying que sofria na infância por ser ruivo e ter sardas.
“Hoje estou com sentimentos muito fortes. Hoje me sinto catari, me sinto árabe, me sinto africano, me sinto gay, me sinto deficiente, me sinto como um trabalhador imigrante”, falou o mandatário.
“Claro que eu não catari, nem árabe, nem africano, nem gay, nem deficiente, nem um trabalhador imigrante. Mas eu sinto, eu sei como é ser discriminado, como é ser tratado como um estrangeiro. Como criança na escola eu sofria bullying, porque eu tinha cabelo ruivo e sardas”, concluiu.