O esquenta para a Copa do Mundo aumenta à medida com a proximidade dos jogos. Hoje, a seleção fez o último amistoso, com a seleção da Tunísia, no estádio do PSG em Paris. E o torcedor brasileiro se contém quando o assunto é reunir amigos para torcer.
Mas a pesquisa da XP mostra que torcer em 2022 está 100% mais caro que na última Copa. O levantamento indica que os itens mais consumidos durante o período como cerveja, carnes e televisores, chegaram a dobrar de preço. Registrando inflação de dois dígitos desde 2018.
O que explicam as altas?
Para assistir ao jogo, como a grande maioria dos torcedores não irá até o Catar em novembro, a televisão é quase indispensável. São poucos aqueles que ainda acompanham pelo rádio ou assistem na tela pequena do celular. Mas se o brasileiro quiser trocar a TV por um modelo maior ou melhor, deve desembolsar em média 17% mais que em 2018.
Curioso é que este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006. Por conta dos ganhos de produtividade e mudança rápida da tecnologia. Com os efeitos da pandemia, contudo, o aumento da demanda e o setor severamente impactado pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir.
E se a ideia é fazer um churrasco para acompanhar o jogo, o brasileiro vai desembolsar em média 80% mais para comprar a carne, 18% para cerveja e 24% para o refrigerante e a água. “O aumento no valor de mercado do primeiro item está associado a uma maior demanda global após a recessão provocada pela crise da pandemia. Além disso, a alta das exportações, e a elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens com a crise hídrica de 2020/21. Já a cerveja e o refrigerante, em paralelo, tiveram alta relevante de custos, especialmente por conta das embalagens, com cotação em dólar”, afirma Paulo Pereira Filho, líder regional da XP em Pernambuco.
Além dos torcedores caseiros, existem também aqueles que preferem acompanhar os jogos fora de casa, num bar, por exemplo. Se este é o seu caso, você vai gastar cerca de 15% a mais para comprar a cerveja e +20% para água e refrigerante.
“Neste caso, a inflação é levemente menor se fizermos um comparativo em relação à compra no supermercado. No entanto, vale lembrar que consumir fora do domicílio acaba sendo, em média, 15% mais caro”, ressalta o líder da XP.
Camisas mais caras
Se você não deixa de se uniformizar para assistir aos jogos, se prepare. Para adquirir uma camisa oficial da Seleção Brasileira você vai desembolsar R$ 349,99 (site oficial da Nike). Superando em 40% o valor pago em 2018 e bem acima da inflação acumulada no período (26,8%).
Em relação a isso, no entanto, é importante lembrar que o setor de vestuário vem batendo seus recordes para variação em 12 meses. A maior desde 1995, em meio ao Plano Real e chegou a alcançar 16,66% em julho em decorrência de dois fatores (1) desajustes nas cadeias que fornecem matéria prima para o setor. Forçando o repasse do aumento de custos para os consumidores, e (2) retomada do consumo com a reabertura da economia em meio ao motivo anterior.
Por fim, o aumento e volatilidade do câmbio tem parte nisso. Dado que o produto é tabelado (tem o mesmo valor em dólares para todo o mundo).
Mas se além de comemorar, você quiser participar da tradição de trocar figurinhas com os amigos em busca de completar o álbum, os preços podem assustar. O álbum oficial (versão tradicional) subiu 16,5%. Enquanto o pacote com cinco figurinhas dobrou de preço (variação observada também em relação à última Copa).