Fora de Campo

A violência nos estádios de futebol ainda é uma realidade. Como acabar com este problema

Entenda algumas razões para tanta violência no esporte, quem tem culpa por isso, como prevenir e casos que repercutiram O […]

Torcedor caído no chão e sendo chutado por outro, durante briga no México, em estádio de futebol

Entenda algumas razões para tanta violência no esporte, quem tem culpa por isso, como prevenir e casos que repercutiram

O futebol só é um fenômeno como é hoje por conta da sua popularidade. O esporte possui a capacidade de mexer com as emoções dos torcedores fora e dentro dos estádios. Porém, infelizmente, algumas pessoas deturpam o que é esse sentimento. É por isso que há tantos casos de violência nos estádios de futebol

Em todo o mundo, o futebol não é imune à violência. Dentro e fora dos estádios, desde o mais acanhado até a mais moderna arena, é possível ver cenas que fogem do aceitável. 

Neste texto do Jogo Hoje, você vai saber um pouco mais sobre alguns dos motivos que causam a violência nos estádios de futebol. Além disso, iremos propor um pensamento sobre formas que possam acabar com este problema que atrapalha bastante a paixão pelo futebol no mundo todo.

O que causa a violência nos estádios de futebol? 

A violência nos estádios de futebol conta com vários fatores, que são reflexos dos problemas da própria sociedade em si. Num país com históricos de violência, que não possui uma segurança pública efetiva e níveis de educação satisfatórios, como é o caso do Brasil, esses problemas são refletidos também dentro das praças esportivas.

Com isso, esses problemas enraízam numa cultura de violência e segregação que toma proporções cada vez piores. Baseado inicialmente em rivalidades de times e, consequentemente, torcidas, isso toma proporções ainda maiores.

Brigas, agressões, assassinatos, tudo por se tratar de uma torcida rival à sua. E grande parte desses casos está ligado às torcidas organizadas. Elas são organizações que, inicialmente, foram criadas com o intuito de representar seu clube e ser responsável por cânticos dentro dos estádios e fazer a festa durante os jogos.

Porém, com o passar dos anos, houve a deturpação do sentido inicial de existir uma torcida organizada e isso é reflexo dos problemas da própria sociedade. Assim, conflitos aconteciam antes ou depois dos próprios jogos, principalmente em clássicos, ou jogos onde a organizada do time visitante é coligada à uma rival sua. 

Enfim, são vários motivos utilizados para brigar, causar tumulto e se confrontar, com muitos desses grupos agindo como gangues. O Estado, que deveria ser o maior responsável por coibir essas situações ao tratar diretamente na origem delas, na sociedade, mostra sua omissão a cada novo caso.

Como acabar com a violência nos estádios de futebol?

A solução para acabar com a violência nos estádios não é simples. Demanda tempo e um trabalho grande, em conjunto, entre o Estado, os clubes de futebol e a sociedade civil, em si. 

A atual situação no Brasil já saiu de controle há muito tempo, longe de qualquer razoabilidade. Com isso, os governos agem com formas de repressão, como a violência policial – que também acontece dessa forma por falha do próprio Estado. Outra alternativa que também é controversa, é a de proibir torcida visitante nos estádios.

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Com isso, você tira parte do espetáculo do futebol, onde permite apenas o time mandante ter a sua torcida. O governo e órgãos institucionais tiram a possibilidade do torcedor que mora fora da sua cidade natal, da cidade do seu time do coração, ver sua equipe jogar. O que, muitas vezes, é a única oportunidade que ele pode ter no ano, ou em anos, de poder rever seu time direto de um estádio.

Assim, é preciso que ações e investimentos em educação sejam feitos para tratar a raiz do problema, que é a violência. Com cidadãos mais conscientes, que possuam oportunidades dentro da sociedade, é possível diminuir índices de violência e tornar a sociedade, num todo, mais pacífica.

Essa solução é a principal, mas trabalhada a longo prazo. A curto e médio prazo, outras ações devem ser tomadas. Principalmente para acabar com a impunidade. Apesar de haver diversos casos de violência policial em confrontos, também há impunidade quando os agressores dos estádios de futebol são detidos. Logo são soltos e voltam a fazer tudo de novo.

Outra situação é a de trabalhar diretamente com os clubes para que haja um cadastro de seus torcedores que frequentam os estádios, principalmente os membros de organizadas. Isso porque, com uma base de dados maior, fica mais fácil a identificação de infratores e a aplicação de sanções. Não só por parte do clube, mas também pelo poder público.

Dentro disso, investigações para encontrar líderes que movimentam esses confrontos entre uniformizadas rivais. Até porque, se desmobilizar grupos ao retirar suas lideranças, tais ações violentas podem ser reduzidas também.

Ações educativas em conjunto do governo com os clubes também são necessárias. Com isso, se busca a conscientização de torcedores das mais diversas faixas etárias sobre esse problema, a fim de diminuí-lo. 

Não são soluções simples, e nem somente essas. Mas são algumas vias que precisam ser tomadas para que a violência nos estádios de futebol e fora deles seja diminuída. Principalmente na luta pelo fim da omissão do Estado – na figura dos governos e seus governantes – diante deste cenário, do qual ele é o principal culpado. 

Casos de violência nos estádios de futebol

No Brasil e no mundo inteiro, cenas de violências nos estádios de futebol ainda acontecem, e numa frequência cada vez maior. São vários absurdos normalizados, infelizmente, e estão longe de parecer ter um fim.

Organizadas invadem treinamentos do clube quando o mesmo está em má fase, para fazer cobranças por resultados. Muitas vezes com intimidações e até ameaças à integridade de atletas, comissão técnica e dirigentes. 

Questões desse tipo resultaram em um caso bastante revoltante em 2022. Membros de uma organizada ligada ao Bahia atiraram rojões na direção do ônibus que levava os atletas e comissão técnica para a Arena Fonte Nova, quando o Tricolor enfrentaria o Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste.

See @geglobo's Tweet on Feb 25, 2022 on Twitter / Twitter

Nesse atentado, o goleiro Danilo Fernandes saiu ferido, com cortes pelo rosto, braços, e por muito pouco não teve seus olhos atingidos por cacos de vidro. O caso ganhou repercussão nacionalmente e não teve a punição necessária.

O desfecho, porém, não foi o devido. Os quatro homens identificados foram indiciados por lesão corporal leve e crime contra a incolumidade pública, ou seja, por expor alguém ou algum grupo a perigo ou risco. Todos eles, integrantes de uma uniformizada, respondem ao crime em liberdade.

Em 2018, a final da Libertadores entre Boca Juniors e River Plate foi disputada no Santiago Bernabéu, na Espanha. Isso porque no duelo que aconteceria no Monumental de Núñez, casa do River, o ônibus do Boca foi apedrejado violentamente por torcedores. 

Vários atletas saíram feridos, e outros passaram mal com o gás de pimenta utilizado pela polícia para a tentativa de dispersão dos agressores. O governo argentino e a Conmebol pouco fizeram para que esse caso tivesse a punição devida e não voltasse a acontecer.

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Outro caso aterrorizante aconteceu no México, em fevereiro de 2022, quando houve uma batalha campal entre torcedores de Querétaro e Atlas, no estádio La Corregidora. As cenas percorreram o mundo por tamanha selvageria.

Diversas pessoas estiveram envolvidas na briga, agressões brutais foram filmadas, e famílias com mulheres e crianças se desesperavam por abrigo. De acordo com dados oficiais do governo, “somente” 26 pessoas se feriram com maior gravidade nesse tumulto, mas não houve nenhuma morte.

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