Conheça mais sobre os grandes nomes da história do vôlei brasileiro
O Brasil é o país dos craques do vôlei. Ao todo, a Seleção Brasileira soma 40 títulos entre as grandes competições internacionais, liderando o quadro de medalhas entre os homens e entre as mulheres. E essa chuva de títulos veio com muitos craques do vôlei, ídolos que estão eternizados.
No masculino, o Brasil é tricampeão olímpico, do Campeonato Mundial e da Copa do Mundo, venceu a Liga Mundial por nove vezes, além de uma Liga das Nações e cinco Copas dos Campeões. Entre as mulheres, são dois ouros olímpicos, 12 Grand Prix e duas Copas dos Campeões.
Com essas 40 medalhas de ouro na história, o Brasil aparece três títulos à frente da Rússia, em uma lista com 13 países que já venceram algum dos maiores torneios internacionais do voleibol. Isso além de mais 33 pratas e 15 bronzes.
E outra coisa que destaca o Brasil é a regularidade no alto nível. Em 2022, por exemplo, a Seleção Masculina completou 45 anos seguidos no top-6 de todos os torneios que disputou. O ano também marcou o fim das 20 temporadas consecutivas do time na ponta do Ranking da FIVB – o que só aconteceu porque o Brasil jogou a Copa Pan-Americana com time júnior.
Esses nomes jovens puderam sentir o gosto de vestir a pesada camisa amarela da Seleção Brasileira e seguem em busca de se tornarem grandes craques do vôlei. E história para inspirá-los não falta. O Jogo Hoje relembra alguns dos maiores ídolos das quadras brasileiras.
O Hall da Fama do Vôlei
Esse grande sucesso das jogadoras e dos jogadores brasileiros também é reconhecido internacionalmente. O país é o segundo com mais nomes do Hall da Fama do Vôlei, atrás apenas dos Estados Unidos, país sede da organização.
O Brasil tem 20 representantes no Hall da Fama. Nem perto dos quase 70 estadunidenses, mas à frente de todos os outros países.
Entre os jogadores de quadra, são 11: Bernard, Maurício Lima, Nalbert, Renan Dal Zotto (atual treinador da Seleção Brasileira Masculina), Loiola, Giba, Giovani Gávio, Serginho, Ana Moser (atual ministra dos Esportes), Fofão e Fernanda Venturini.
Além dos nomes da praia: Emanuel, Zé Marco, Ricardo, Jackie Silva, Shelda, Adriana Behar e Sandra Pires. E o Brasil ainda tem Carlos Arthur Nuzman, homenageado como dirigente, e Bebeto de Freitas, como treinador. Ambos também foram jogadores olímpicos.
Esse último, inclusive, foi o comandante da primeira grande geração do voleibol brasileiro. Nos anos 1980, Bebeto de Freitas – que anos mais tarde seria presidente do Botafogo – esteve no comando da Geração de Prata, vice no Mundial de 1982 e na Olimpíada de 1984.
Geração de Prata
Aquela seleção tinha grandes nomes como William, Fernandão, Renan Dal Zotto, Bernardinho, Montanaro, Xandó e Badá. Mas não tem como começar a falar da Geração de Prata sem falar de Bernard, central eternizado pelo saque “Jornada nas Estrelas”.
Bernard começou no esporte no basquete do Fluminense, mas logo migrou para se tornar um dos maiores craques do vôlei do país. Aos 17 anos, em 1973, ele estreou na Seleção Brasileira e seguiu por mais 14 anos com a camisa amarela.
Nesse período, ele foi ouro no Pan de 1983 e em 6 edições do Sul-Americano. Isso além de uma prata olímpica, uma mundial e 3 no Pan. Depois, ele ainda se arriscou no vôlei de praia para garantir mais uma prata mundial na sua estante.
Mas o que marcou mesmo foi o “Jornada nas Estrelas”. Bernard adaptou o saque do vôlei de praia para as quadras, dando mais altura, força e efeito para atrapalhar a recepção e inovar na forma de se encarar o saque no voleibol masculino.
Mas aquela geração foi marcada por duas grandes renovações nos saques. Isso porque o levantador William, o Capitão, também deixou a sua marca com o saque “Viagem ao Fundo do Mar”. Ele também chegou à seleção em 1973, seguindo por 15 temporadas.
Assim, ele esteve praticamente nas mesmas campanhas – e nos mesmos pódios – que Bernard. A seu favor, dois títulos sul-americanos e uma participação olímpica (1988) a mais, enquanto o central conseguiu uma prata pan-americana a mais que o levantador.
O primeiro ouro
Mas se a Geração de Prata eternizou craques do vôlei como ídolos do esporte nacional, quem dirá a de ouro. Em Barcelona-1992, os comandados de José Roberto Guimarães garantiram a inédita medalha olímpica dourada para o Brasil.
Aquela foi a primeira grande conquista brasileira no cenário internacional do voleibol. Aquele time tinha Marcelo Negrão, Giovane Gávio, Maurício Lima, Carlão, Tande e Paulão como titulares, além de nomes como Jorge Edson e Pampa.
Entre tantos craques do vôlei, dois desses nomes seguiram no grupo para levar o grupo ao bicampeonato, 12 anos depois, em Atenas: Maurício e Giovane. Na verdade, os dois se acostumaram a ganhar medalhas com a Seleção Brasileira.
Maurício segue sendo referência na posição de levantador no país. O ex-jogador participou de cinco Jogos Olímpicos (1992-2004) ao longo de uma história de 18 anos na Seleção Brasileira. Ao todo, foram 555 jogos com a camisa amarela, recorde absoluto.
Ele conquistou 30 títulos pelo Brasil e chegou a ser o melhor do mundo no vôlei e na posição. Entre as principais conquistas, além do bicampeonato olímpico, Maurício foi campeão do Mundial em 2002 e da Copa do Mundo em 2003, assim como Giovane.
Grande oposto, ele ainda é visto como um dos maiores atacantes e bloqueadores que já defenderam o Brasil. E o título de melhor jogador do mundo em 1993 e tantas outras premiações individuais atestam isso.
O crescimento das mulheres
O primeiro ouro olímpico das mulheres brasileiras no vôlei demoraria mais, chegando só em Pequim-2008. Mas antes disso, a Seleção Brasileira já tinha dois bronzes (1996 e 2000), 4 pratas entre o Mundial e a Copa do Mundo e 7 títulos do Grand Prix.
E essas grandes campanhas e primeiros títulos já começaram a consolidar algumas craques do vôlei como ídolos nacionais. Assim, brilharam nas quadras brasileiras nomes como Fernanda Venturini, Ana Moser, Márcia Fu, Leila Barros, Ana Paula Henkel e Virna.
Além de alguns nomes do time de 2008, como Paula Pequeno, Mari, Fabiana Claudino, Sheilla Castro e Walewska. Todas essas tiveram destaque internacional antes mesmo da tão sonhada conquista olímpica.
Mas, voltando à geração anterior, Fernanda Venturini foi o principal nome brasileiro antes do título olímpico. Ela foi escolhida pela FIVB como uma das quatro melhores jogadoras do Século XX, sendo a única brasileira na lista.
A ex-levantadora estreou na seleção no fim dos anos 1980 e seguiu até 1998, voltando entre 2002 e 2004. Ao todo, ela disputou quatro Jogos Olímpicos, ficando com o bronze em Atlanta-1996. Venturini, uma das craques do vôlei, também tem uma prata no Pan, uma no Mundial e três na Copa do Mundo, além do tricampeonato do Grand Prix e o tetra do Sul-Americano.
O segundo ouro deles
A geração de 1992 abriu as portas para o time de Bernardinho, um dos destaques da Geração de Prata, fazer história mais uma vez. Àquela altura, o Brasil era campeão de 12 dos últimos 15 torneios que tinha disputado e detinha todos os principais títulos internacionais.
Assim, craques do vôlei como Nalbert, Dante, Serginho, Gustavo, Ricardinho, Giba, Anderson e Rodrigão se eternizaram na lembrança dos torcedores, ao lado de Giovane e Maurício, para construir um dos times mais vitoriosos da história do esporte brasileiro.
Mas o grande destaque da campanha foi Giba. Um dos maiores nomes da história do vôlei mundial, o oposto é o jogador mais premiado na Seleção. Ele foi o melhor em quadra em seis torneios, incluindo uma Olimpíada, um Mundial, uma Liga Mundial e uma Copa do Mundo.
O ex-jogador foi ao pódio em todas as competições que disputou nos seus 15 anos de Seleção Brasileira, vencendo, ao menos uma vez, todos os torneios que disputou por clubes ou por seleção.
Assim, além do ouro de 2004, ele ganhou pratas em 2008 e 2012 e também venceu o Pan de 2007, 3 Mundiais, oito Ligas Mundiais, 2 Copas do Mundo, três Copas dos Campeões e 8 Sul-Americanos.
E além de Giba, aquela geração também foi marcada por Serginho Escadinha, considerado o maior líbero da história do voleibol mundial e um dos maiores atletas olímpicos da história do país. Ele foi o único remanescente do time de 2004 no ouro de 2016.
Ele também esteve nas pratas de 2008 e 2012, em dois títulos do Mundial, dois da Copa do Mundo, sete da Liga Mundial e no ouro no Pan do Rio. Isso tudo além das premiações individuais de melhor líbero, melhor defensor e melhor jogador em vários torneios.
Dobradinha olímpica
Depois de bater na trave algumas vezes, a geração da Seleção Brasileira chegou ao lugar mais alto do pódio olímpico entre as mulheres pela primeira vez em Pequim-2008 e repetiu a dose em Londres-2012.
Com isso, inclusive, José Roberto Guimarães se tornou o único treinador campeão olímpico tanto no masculino, quanto no feminino. Além disso, ele é o único brasileiro tricampeão olímpico e é reconhecido como um dos maiores treinadores da história do vôlei.
Mas dentro de quadra, as nossas craques do vôlei brilharam para emendar o bicampeonato olímpico. Em 2008, o principal destaque do Brasil foi Paula Pequeno, que conquistaria o segundo ouro em 2012, assim como Thaísa Daher, Fabi Alvim, Jaqueline e Fabiana Claudino.
Mas o grande nome da geração do bicampeonato foi Sheilla Castro, uma das craques do vôlei da história. A oposta é considerada uma das maiores jogadoras da história do vôlei e, entre idas e vindas, defendeu a Seleção Brasileira entre 2002 e 2021, empilhando títulos.
Além dos ouros olímpicos, Sheilla também venceu sete edições do Grand Prix, duas Copas dos Campeões e o Pan de 2011. Ela também esteve com a Seleção em duas pratas Mundiais, uma da Copa do Mundo e uma da Liga das Nações – seu último torneio internacional.
Hoje na comissão técnica do Minas, Sheilla sempre se destacou como grande sacadora e atacante, saindo de vários torneios como melhor em quadra ou maior pontuadora. Mas outro nome bicampeão que virou ídolo é Fabi Alvim.
Se Serginho Escadinha é visto como maior líbero da história do vôlei masculino, o mesmo vale para Fabi entre as mulheres. Dona de 10 títulos da Superliga, a ex-jogadora defendeu a Seleção Brasileira entre 2001 e 2013, também acumulando títulos.
Ela foi pentacampeã do Grand Prix, hexa do Sul-Americano, bi da Copa dos Campeões e ouro no Pan de 2011. Ela também soma um vice no Mundial e outro na Copa do Mundo, além de dezenas de prêmios individuais como melhor jogadora, líbero, defensora e passadora.
Além de Sheilla, Fabi e das demais bicampeãs, essa geração também eternizou algumas jogadoras que levaram apenas uma medalha, como Fofão, Sassá, Walewska, Dani Lins, Adenízia, Tandara Caixeta, Natália Zilio e Fernanda Garay.
As mulheres de prata
Outro nome que poderia estar nessa lista de craques do vôlei é a central Carol Gattaz, único nome dessa geração que segue na Seleção Brasileira. A jogadora foi preterida em todas as edições olímpicas e só estreou em 2020, já com 40 anos, garantindo a prata.
Ela também foi vice em três Mundiais, uma Copa do Mundo e uma Liga das Nações, além de ser pentacampeã do Grand Prix e bi da Copa dos Campeões.
E a geração atual também mostra algumas craques do vôlei que também podem ser eternizadas, como a central Carol, uma das melhores bloqueadoras do mundo, e a ponteira Gabi, sempre apontada entre as duas ou três melhores jogadoras do vôlei.
Nosso último ouro com craques do vôlei
O Brasil teve uma bela sequência de ouro com craques do vôlei de quadra, garantindo uma medalha em todas as edições olímpicas entre Atenas-2004 e Rio-2016. A vitória em casa foi com o time masculino, na última conquista da era Bernardinho.
E o time estava completamente renovado em relação à conquista de 12 anos atrás, com Serginho Escadinha sendo o único remanescente. Assim, houve espaço para novos craques do vôlei brasileiro brilharem.
Foi assim que nomes como William Arjona, Wallace Souza, Ricardo Lucarelli, Lucão, Douglas Souza e Maurício Souza chegaram ao estrelato. E se o próprio Bernardinho foi um dos destaque de outra geração, cabia ao filho Bruninho o brilho desses tempos.
Um dos levantadores mais vitoriosos do vôlei mundial, o jogador superou a desconfiança de quem dizia que ele só estava lá por ser filho do treinador e logo se provou um grande destaque da Seleção Brasileira.
Assim, Bruninho venceu um Mundial, duas Copa do Mundo, quatro Ligas Mundiais, uma Liga das Nações, três Copas do Campeões, dois Pan-Americanos e sete Sul-Americanos. Ele também tem pratas em Pequim-2008 e Londres-2012, sendo o melhor levantador em alguns desses torneios.
Bruninho está na seleção desde 2007, cinco anos antes da entrada de Ricardo Lucarelli, outro dos jogadores mais vitoriosos da atual geração do time nacional entre os craques do vôlei. O ponteiro se destaca com um dos ataques mais potentes do voleibol na atualidade.
Além do ouro olímpico, o atacante venceu uma Copa do Mundo, duas Copas dos Campeões, uma Liga das Nações e quatro Sul-Americanos com a Seleção Brasileira. Ele também acumula uma prata no Mundial e quatro na Liga Mundial.
O elenco atual da Seleção Brasileira também tem outros nomes de grande destaque como o cubano naturalizado brasileiro Yoandy Leal, um dos grandes atacantes da atualidade. Ele venceu a Copa do Mundo, a Liga das Nações e o Sul-Americano, mas ainda busca a medalha olímpica com o Brasil.