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“Geração de Ouro” do vôlei brasileiro: relembre a trajetória da Seleção na primeira conquista do ouro olímpico

Um dos times mais fortes da história dos Jogos é a Seleção Brasileira de vôlei campeã olímpica em 1992. Aquele […]

Geração de Ouro do vôlei brasileiro

Foto: Arquivo/CBV

Um dos times mais fortes da história dos Jogos é a Seleção Brasileira de vôlei campeã olímpica em 1992. Aquele time, que ficou conhecido como “Geração de Ouro”, conquistou a primeira medalha dourada do país nos esportes coletivos com uma trajetória épica.

Mas se aquela equipe hoje é sinônimo de vitória, o panorama antes dos Jogos de 1992 era diferente. E é isso o que vamos ver agora, ao relembrar a trajetória de um dos times mais vencedores do mundo no esporte.

Geração de Prata abriu caminho para o ouro

Antes de falar sobre o “Dream Team” do vôlei mundial, é preciso voltar no tempo. Apenas na década de 1980, o vôlei brasileiro ganhou destaque mundial. A evolução do esporte no país veio a partir de uma medalha de prata.

Em 1984, nos Jogos de Los Angeles, o time que tinha Montanaro, Renan, Bernard, Amauri, William e Xandó foi vice-campeã olímpica.  Aquela conquista, um feito histórico na época, ajudou a desenvolver o vôlei no país, abrindo caminho para as gerações futuras.

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Geração de Ouro era o “azarão” dos Jogos de 1992

Quem olha a campanha daquele time de vôlei masculino nos Jogos de Barcelona-1992, não imagina que a equipe era considerada um azarão. O time não vivia um bom momento em quadra.

Um ano antes, na Liga Mundial, o Brasil ficou em terceiro lugar em um grupo que tinha cinco equipes e foi eliminado logo na primeira fase.

Curiosamente, a equipe perdeu os dois confrontos contra a Holanda, que um ano depois seria o adversário na luta pelo ouro olímpico.

Os maus resultados do Brasil fizeram com que o técnico Josenildo Carvalho fosse demitido. No início de 1991, ano dos Jogos de Barcelona, o comando técnico da Seleção foi entregue para José Roberto Guimarães.

A aposta em José Roberto Guimarães era arriscada, Aos 37 anos, ele tinha experiência em clubes e na seleção de base, mas não tinha um currículo forte para o time principal. O futuro mostrou, entretanto, que essa decisão mudaria a história do vôlei brasileiro para a Geração de Ouro.

O mundo se curvou ao Brasil em Barcelona

Nos Jogos de Barcelona-1992, o Brasil ficou no grupo que também tinha Cuba, Equipe Unificada (antiga União Soviética), Holanda, Coreia do Sul e Argélia.

O que todo mundo imaginava antes do início das disputas é que Cuba, Equipe Unificada e Holanda estariam garantidos na próxima fase. Ao Brasil, caberia lutar pela quarta e última vaga, embora fosse favorito contra Coreia do Sul e Argélia.

Mas assim que os confrontos começaram, a realidade foi bem diferente. O Brasil sobrava em quadra, sendo bastante superior aos adversários.

Tanto que foi a única equipe entre os 12 participantes (eram dois grupos de seis times) que ganhou todos os jogos da primeira fase.

A Seleção venceu a Coreia do Sul por 3 sets a 0, a Equipe Unificada por 3 a 1, a Holanda por 3 a 0, Cuba por 3 a 1 e Argélia por 3 a 0. Assim, o Brasil terminou a primeira fase com 15 sets vencidos e apenas dois perdidos. A esta altura, o time já havia deixado de ser azarão e passou a ser a grande sensação dos Jogos.

Nas quartas de final, o Brasil enfrentou o Japão e voltou a vencer por 3 sets a 0. O jogo foi tão fácil que no segundo set a Seleção venceu por 15 a 5.

Na semifinal, a Seleção precisou eliminar os Estados Unidos, que eram um dos times favoritos ao ouro. A vitória desta vez foi por 3 sets a 1, parciais de 12/15, 15/8, 15/9 e 15/12. Apesar de ter perdido o primeiro set, o time não teve trabalho para avançar à final.

A final contra a Holanda foi mais um passeio em quadra. O Brasil venceu por 3 sets a 0, parciais de 15/12, 15/8 e 15/5. À medida que o jogo foi se desenvolvendo, o Brasil jogava melhor. A equipe não deu nenhuma chance de reação ao time da Holanda, que parecia atordoado.

O retrospecto da Seleção nos Jogos de 1992 é impressionante. Foram oito jogos e oito vitórias para a Geração de Ouro. Um total de 24 sets conquistados e apenas três perdidos. Por fim, 360 pontos a favor e apenas 263 contra.

Geração de ouro - seleção brasileira masculina de vôlei
Foto: Arquivo/CBV

Geração de ouro foi formada por craques

Todo grande time tem bons jogadores. Mas a geração de Ouro do vôlei brasileiro era diferente. Aquele time era formado por craques em todas as posições. A começar pelo técnico, José Roberto Guimarães.

O treinador fez uma mudança tática que foi fundamental para a conquista do ouro. José Roberto deslocou Marcelo Negrão, que era oposto, para o meio. Com a proteção dos ponteiros Carlão e Giovane nos bloqueios, Marcelo Negrão teve liberdade para atacar. E fez isso com grande competência.

Aos 19 anos, Marcelo Negrão foi a grande estrela de uma geração formada por grandes craques. O time era muito bem montado e cada jogador tinha consciência do seu papel em quadra.

Maurício é considerado até hoje um dos maiores levantadores da história do vôlei, Carlão era considerado um jogador extremamente versátil, pois poderia atuar como oposto, central e ponteiro. Giovane, Tande, Douglas, Janelson, Jorge Edson, Pampa, Paulão e Talmo completavam o time mágico.

 

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