Entre vários acertos e erros, confira algumas das decisões mais polêmicas do VAR, essa ferramenta que revolucionou o futebol atual
O futebol mudou desde a chegada do VAR e, mesmo sendo uma ferramenta tecnológica, alguns erros seguem acontecendo e levantam críticas. Entenda o processo e relembre alguns casos.
A chegada do árbitro de vídeo revolucionou o futebol. A tecnologia passou a ser usada para diminuir os erros cometidos em partidas, diminuindo assim o prejuízo aos clubes que sofrem com isso. Porém, algumas questões persistem, já que o VAR é operado por um ser humano.
Com isso, já se torna possível listar quais as decisões mais polêmicas do VAR ao longo desses quase 7 anos desde a implementação oficial da ferramenta. Alguns casos podem ser lembrados com mais afinco por diferentes torcidas, por cada um ter o seu peso.
Porém, apesar de ser uma ferramenta muito útil, segue passível de falhas. Os críticos da ferramenta se engrandecem ainda mais para querer dizer que o VAR está “estragando” a essência do futebol. Mas é inevitável: o VAR chegou para ficar e não sairá mais do esporte.
Neste texto, relembre algumas das decisões mais polêmicas do VAR desde a sua implementação no futebol. Erros que ficaram marcados, outras contestações pelo uso do árbitro de vídeo e mais.
Para que serve o VAR?
A ideia do uso do VAR é minimizar os erros de arbitragem no futebol. Com isso, há 4 tipos de lances em que ele deve atuar para realizar possíveis ajustes:
1 – Validar ou anular um gol: Todo o lance é analisado pela arbitragem de vídeo, para conferir se não há alguma irregularidade, como falta ou impedimento;
2 – Validar, anular ou recomendar a marcação de um pênalti: Caso o árbitro tenha marcado o pênalti, ele é conferido para saber se a decisão de campo será mantida ou não. Da mesma forma que pode sugerir ao árbitro que revise sua decisão, para ter certeza se a mantém ou volta atrás.
3 – Validar, anular ou recomendar a aplicação de um cartão vermelho: Em lances que não foi aplicado um cartão, ou foi dado um amarelo, o árbitro de vídeo pode corrigir para recomendar o vermelho. Ou mesmo, caso o vermelho tenha sido aplicado, pode recomendar que seja retirado ou confirmar a aplicação.
4 – Em aplicação de cartão ao atleta errado, o VAR pode avisar ao árbitro de campo para que ele corrija a situação.
Decisões mais polêmicas do VAR: Críticas desde sua implementação
O VAR estreou profissionalmente no Mundial de Clubes de 2016, no jogo entre Kashima Antlers, do Japão, e Atlético Nacional, da Colômbia. Na partida, o VAR foi utilizado para checar uma jogada e apontou um pênalti correto para o time japonês. Porém, falhou feio ao não apontar um impedimento do Kashima no mesmo lance.
A estreia do VAR no Brasil aconteceu no ano seguinte. Em 2017, o árbitro de vídeo foi utilizado nas finais do Campeonato Pernambucano, disputado entre Sport e Salgueiro.
Na ocasião, as 2 equipes reclamaram do árbitro de vídeo. No 1º jogo, o VAR recomendou um pênalti contra o Sport, gerando reclamações dos Rubro-negros. No 2º jogo, anulou um gol do Salgueiro, acusando que a bola teria saído, para revolta do time do Sertão pernambucano.
Um dos problemas na utilização da ferramenta era porque, no início, em algumas partidas, não havia câmeras exclusivas para a sua utilização. Ou seja, era preciso utilizar das imagens da emissora que estivesse transmitindo a partida. Situação que ainda acontece até hoje, mas com menor frequência.
Dessa forma, a aplicação do árbitro de vídeo se lapidou com o passar dos anos. Ele foi utilizado amplamente, de maneira mais “completa”, a partir da Copa do Mundo de 2018, com todo o aporte que a Fifa possui para o Mundial.
Ali, iniciou-se, de vez, uma nova era no futebol mundial. A estreia no Brasil, em competições nacionais, aconteceu em 2018, na Copa do Brasil. De lá para cá, algumas decisões mais polêmicas do VAR aconteceram e a crítica se mantém ferrenha quanto aos erros ainda existirem com a presença dele.
Claro que, em situações como essa, por ter uma ferramenta como o árbitro de vídeo, o erro sempre será valorizado em detrimento aos acertos que ele proporcionou, diminuindo as injustiças dentro de cada partida.
Decisões mais polêmicas do VAR: A linha de impedimento e faltas não marcadas
Um dos exemplos da rigidez do VAR acontece com impedimentos. As linhas são traçadas em um computador e, com a ajuda de um software, é possível determinar se o atleta estava adiantado ou não no lance.
Nesse caso, algumas diferenças de poucos centímetros, ou mesmo milímetros, são detectadas pela tecnologia. Com isso, mais uma polêmica é levantada: será que o jogador teria realmente uma vantagem por tão pouco na frente?
Regra é regra. O VAR busca ser objetivo. No momento em que se abre espaço para subjetividade, alguém mais poderá levantar a mão para reclamar e tornar tudo ainda mais confuso.
O futebol inglês se encaixou nesse problema. Sendo um exemplo na aplicação da ferramenta, algumas das decisões mais polêmicas do VAR surgiram na Premier League.
Isso porque, vários impedimentos de poucos centímetros vinham sendo marcados, já que as linhas utilizadas no software eram bem finas, justamente para captar essas diferenças mais nitidamente.
Isso gerou uma onda de reclamações e, desde 2022, a Premier League passou a utilizar linhas de impedimento mais grossas para traçar se houve ou não impedimentos no lance.
Mas as principais reclamações do VAR acontecem quando, por falta de atenção de quem opera a ferramenta, lances de falta ou impedimento passam batido e não são notados. Situações claras que ficam de lado.
Um exemplo disso? O jogo Arsenal 1 x 1 Brentford, pela Premier League 2022/2023. Os Gunners saíram na frente, jogando em casa. Mas, na 2ª etapa, o time visitante empatou. O VAR validou o gol, mas não percebeu que um dos atletas que participou da jogada estava nitidamente impedido.
Com isso, o árbitro Lee Mason, que comandava o VAR na partida, deixou o quadro de árbitros do futebol inglês.
Na Copa do Mundo de 2022, um lance foi bastante reclamado pela Croácia ainda no 1º tempo. Kramaric sofreu pênalti e Modric estava pronto para bater, mas o árbitro foi chamado ao VAR.
Lá, ele viu que Lovren, que participou da jogada, estava impedido por centímetros, por causa do seu ombro. Pênalti anulado e reclamação da Croácia, que empatou o jogo com os belgas em 0 a 0.
Voltando um pouco no tempo, na Copa de 2018, uma das decisões mais polêmicas do VAR aconteceu na partida em que o Brasil foi eliminado pela Bélgica. Gabriel Jesus sofreu um pênalti claro no 2º tempo. Mas a arbitragem deixou o lance seguir e não marcou nada.
No futebol brasileiro, um lance recente que teve grande repercussão aconteceu na vitória do Flamengo por 3 a 2 em cima do Santos, pelo Brasileirão 2022, no Maracanã.
Em lance aos 49 minutos do 1º tempo, Camacho, do Peixe, foi derrubado na área e o árbitro nada marcou. O Flamengo ficou com a posse da bola e, no decorrer da jogada, marcou o gol. Muita reclamação do Santos que, mesmo com a análise do VAR, o gol do Fla não foi anulado.
Entre essas e outras decisões polêmicas, o VAR sempre será alvo de críticas. É inevitável. Da mesma forma que é inevitável a sua presença e revolução no futebol. É preciso democratizá-lo e dar acesso para que seja utilizado em todas as competições profissionais do futebol.
Com isso, será possível tornar o futebol mais justo, diminuindo erros e demais problemas que possam vir a acontecer. A má utilização também seguirá presente, mas caso haja capacitação para aqueles que manipulam a ferramenta, essa margem de erro diminuirá ainda mais.