Divulgação/AAPP
Árbitro registrou agressões na súmula do jogo
A Ponte Preta se despediu da Copa do Brasil na noite desta terça-feira (7), mas o destaque ficou fora das quatro linhas por ataques racistas e homofóbicos contra o treinador alvinegro, Hélio dos Anjos.
No Estádio Bento Freitas, o Brasil de Pelotas superou a Ponte por 2×0, mas alguns torcedores protagonizaram gritos e cânticos direcionados ao técnico, que reclamou da postura e da impunidade sobre casos de racismo no país.
Os ataques racistas e homofóbicos
Coincidentemente, os ataques racistas e homofóbicos contra Hélio dos Anjos aconteceram justamente no aniversário de 65 anos do técnico pontepretano. Segundo ele, foi a 1ª vez que ele foi alvo de cânticos desse tipo em estádio.
“Ninguém aqui está fazendo onda. Eu sou um treinador negro que, nunca tive, a primeira vez na minha vida, em 38 anos de bola que eu fui chamado da palavra que fui chamado hoje. Inclusive sou muito tranquilo para falar sobre isso”.
Desapontado, o técnico afirmou que não tomará atitudes sobre esses ataques racistas e homofóbicos por acreditar em um sistema de impunidade no Brasil. Ele também criticou o fato ser o responsável por identificar o torcedor que proferiu os gritos contra ele.
“Não vou fazer nada. Acha que vou perder meu tempo indo para delegacia falar sobre isso? Nós vamos para casa, para o hotel, viajar para Porto Alegre, sábado temos jogo. Não adianta (…) Estamos aqui pensando numa coisa que não vai mudar no país. Entra presidente A, presidente B, presidente C, e não muda. Não muda porque não tem punição”.
Pra celebrar o aniversário de 65 anos do nosso professor Hélio dos Anjos, elenco e comissão técnica cantaram parabéns durante o almoço, agora de pouco, em Pelotas! 👏🏿😍🎂🎉👨🏽🏫🦍 #VamosPonte #PontePreta #JogamosJuntos pic.twitter.com/nx5cqxgivW
— Ponte Preta Oficial (@aapp_oficial) March 7, 2023
Leia o relato da súmula
No retorno do intervalo, ao adentrarmos o campo de jogo, fomos chamados pelo sr. Hélio dos Anjos, técnico da Ponte Preta, que relatou ter sido chamado de “negão filho da puta” por um torcedor localizado na arquibancada social do Brasil de Pelotas, atrás do banco de reservas da equipe visitante.
A Brigada Militar foi acionada e solicitou a identificação do torcedor. O sr. Hélio dos Anjos não conseguiu identificar o torcedor, motivo pelo qual foi dado andamento ao jogo. Tal fato não foi presenciado ou percebido por nenhum integrante da equipe de arbitragem.
Durante a averiguação dos acontecimentos, a torcida localizada na arquibancada social proferiu o seguinte cântico repetidas vezes: “Hélio, viado”. Até o término da súmula, não foi me apresentado nenhum boletim de ocorrência. Nada mais a relatar.
