Atleta foi duas vezes medalhista em Pan-Americanos
Um dos maiores nomes da sua geração nos tatames brasileiros, a judoca Maria Portela anunciou sua despedida como atleta nesta quarta-feira. Aos 35 anos, ela pendura o kimono e já projeta um futuro como treinadora.
A judoca Maria Portela
Presente nas três últimas disputas olímpicas, a judoca Maria Portela nunca subiu em um pódio nos Jogos Olímpicos, mas acumulou medalhas em outras disputas, como Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-Americanos.
Ao todo, ela somou duas pratas e três bronzes em Mundiais; um ouro no World Masters; três ouros, três pratas e cinco bronzes em edições do Grand Slam. No Campeonato Pan-Americano foram dois ouros, três pratas e dois bronzes, além de dois bronzes nos Jogos Pan-Americanos.
Em uma carreira que começou em 2008, foram 346 lutas, com 209 vitórias e 137 derrotas, em um aproveitamento de 60,4% de vitórias em suas entradas no tatame. Ela foi o principal nome brasileiro na categoria até 70kg e chegou a liderar o ranking mundial, em 2018.
À Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Portela falou sobre o fim da carreira profissional: “Eu vivi muito intensamente a minha carreira como atleta de alto rendimento e chegou o momento de encerrar essa etapa”.
Ela concluiu. “Não ter conseguido o resultado no último Mundial, depois passar por lesões, cirurgia, os altos e baixos, enfim, um conjunto de situações que foram me levando a tomar essa decisão. Agora, eu vejo que preciso botar a faixa branca de novo e viver novos desafios”.
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E agora?
Com a aposentadoria, não falamos mais da judoca Maria Portela, mas podemos falar em breve da treinadora. Garantindo que não vai se afastar do esporte, ela projetou um futuro trabalhando ao lado de outros atletas.
“Eu tenho muito a aprender, mas não quero sair de tudo o que esporte me proporcionou. Como atleta, é um dever repassar isso. Eu me vislumbro uma treinadora, por exemplo”, afirmou a ex-judoca, que completou que já iniciou a preparação para a transição de carreira.
“Fiz, recentemente, um curso em coaching, uma mentoria que vai trabalhar as questões emocionais porque eu vivi esse processo como atleta, de saber como resolver os problemas internos para performar. Estou pronta para os desafios e muito motivada para o desconhecido. Isso me traz a certeza de que concluí o ciclo como atleta de alto rendimento”.
O último torneio da judoca Maria Portela foi ainda em dezembro, com o 13º lugar no World Masters, em Jerusalém. Ela seguia como principal nome na sua categoria, mas também mostrou otimismo pelos próximos passos do judô brasileiro sem ela.
“Eu assisti à Ellen (Froner) em Paris e torci por ela. O caminho está aberto, elas podem buscar essa vaga olímpica. Isso me trouxe tranquilidade. Mas, eu quero deixar claro para as pessoas que eu não estou desistindo, eu entendi que, para mim, o que entreguei até hoje está ok”.