O Brasil também tem grandes nomes do esporte entre os atletas de vôlei e Serginho é um deles
A lista dos melhores jogadores de todos os tempos do vôlei brasileiro é extensa. Afinal, nas últimas décadas o país se transformou em uma das maiores potências do esporte, tanto no masculino quanto no feminino. Mas há um nome que certamente não ficará de fora: Serginho Escadinha.
Serginho é apontado como o maior líbero do vôlei brasileiro. Consequentemente, é um dos maiores do mundo de todos os tempos na posição. Talvez o melhor de todos. Com uma carreira longa e sempre jogando em alto nível, ele coleciona títulos e prêmios individuais.
Serginho nasceu no dia 15 de outubro de 1975 na cidade de Diamantina do Norte, no Paraná. Mas antes de completar 1 ano, se mudou para São Paulo. Na maior cidade do país, dificuldades financeiras marcaram a infância de Serginho e a vida de sua família.
Continue lendo este artigo do Jogo Hoje e saiba tudo sobre a carreira de Serginho Escadinha.
Escadinha, o apelido que acompanhou Serginho ao longo da carreira
O sonho de Serginho era ser um atacante. Porém, ele tinha estatura baixa para a posição e, apesar de ter 1,84m de altura, poderia ser uma presa fácil para o bloqueio adversário quando subisse na rede.
Ele encontrou seu espaço ideal em quadra em 1998, quando a Federação Internacional de Voleibol instituiu a posição de líbero. Ou seja, o atleta especializado na recepção da bola. Em outras palavras, um jogador de defesa.
O 1º clube de Serginho foi o Palmeiras. Inclusive, foi lá que ele recebeu o apelido de “Escadinha”. A origem da alcunha, porém, não tem nenhuma ligação com o vôlei e também tem uma explicação pouco nobre.
Pelo jeito de falar, com gírias de quem viveu na periferia, Serginho era comparado com o traficante carioca José Carlos dos Reis Encina, que era chamado de Escadinha. Assim, o apelido “pegou”. E Serginho o carregou por toda a carreira.
Serginho Escadinha fez história nos Jogos Olímpicos
Serginho disputou 4 finais olímpicas consecutivas e este é um dos maiores feitos de sua carreira. Além disso, é o único jogador entre os homens a conseguir essa proeza. Entre as mulheres, apenas a Soviética Inna Ryskal já havia conseguido a façanha, entre 1964 e 1976.
Essa história vitoriosa de Serginho em jogos Olímpicos começou em 2004, quando a Seleção Brasileira Masculina de vôlei conquistou a medalha de ouro na final contra a Itália por 3 sets a 1. O Brasil voltou a ser campeão olímpico 12 anos após o 1º título, em Barcelona.
Quatro anos depois, o Brasil voltou à final, desta vez contra os Estados Unidos. E lá estava Serginho em quadra outra vez. Mas a equipe acabou perdendo a disputa para os norte-americanos, por 3 sets a 1. Em 2012, a decisão pela medalha de ouro foi contra a Rússia. E novamente a Seleção ficou com a prata, ao perder o jogo por 3 a 2.
Nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, a Seleção Brasileira masculina era apontada como favorita ao ouro durante toda a preparação. E o time não decepcionou. Em mais uma final contra a Itália, o Brasil venceu por 3 sets a 0 e voltou ao topo do mundo.
Foi a última medalha de ouro do vôlei masculino brasileiro e a última participação de Serginho em Olimpíadas. Nos Jogos de 2020 (disputados em 2021 por causa da pandemia), ele já não estava no grupo que parou na semifinal para o Comitê Olímpico Russo.
Carreira foi marcada por uma coleção de títulos
Além dos Jogos Olímpicos, Serginho Escadinha tem uma longa prateleira de títulos. Caso raro de jogador que foi campeão de praticamente tudo o que disputou.
No Campeonato Mundial, o líbero tem 2 medalhas de ouro, em 2002 e 2006. Na Copa do Mundo, foram 2 ouros (2003 e 2007) e 1 medalha de bronze (2011).
A lista de títulos da Liga Mundial é enorme. Serginho foi campeão 7 vezes: 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2009). Além disso, foi medalha de prata em 2002 e 2016. Pelos Jogos Pan-Americanos, o jogador foi campeão em 2007 e 3º lugar em 2003.
Aposentadoria e homenagem no hall da fama
A carreira vitoriosa de Serginho Escadinha no vôlei de quadra terminou no dia 7 de março de 2020. Em uma partida válida pela Superliga, seu time, o Vôlei Ribeirão, derrotou o Minas em Belo Horizonte por 3 sets a 1.
Por causa da pandemia, a competição sofreu uma pausa. Assim, Serginho anunciou a aposentadoria pouco depois, no dia 16 de março daquele ano.
Em outubro do ano passado, Serginho teve seu nome imortalizado no hall da fama do vôlei mundial. Além dele, entraram para o seleto grupo Giovane e Ricardo, do vôlei de praia, em uma cerimônia realizada nos Estados Unidos.
Nenhum líbero foi tão técnico quanto Serginho
Não é por acaso que Serginho Escadinha foi titular da Seleção Brasileira de Vôlei e por todos os clubes em que passou durante anos. O jogador tinha uma técnica bem acima da média dos outros jogadores da posição ao longo dos anos.
Em 1º lugar, Serginho tinha grande capacidade de defesa. Muitas vezes, a recepção era feita com um “peixinho”. Mesmo longe da bola, ele se jogava no chão e impulsionava as mãos para a frente, impedindo um ponto que parecia certo. Essa jogada era uma de suas características marcantes.
Mas não era só isso. Escadinha também conseguia atuar como um segundo levantador, pois já jogou nessa posição no início da carreira. Dessa forma, ele deixava o técnico de seus times com uma opção a mais, caso o levantador “original” fosse obrigado a fazer a recepção.