Sociedade Esportiva Palmeiras

Palmeiras, Verdão, Palestra… uma legião de apaixonados

O Palmeiras é uma das principais potências do futebol paulista e um dos mais tradicionais clubes do Brasil. O Verdão, como é chamado pelos seus torcedores, é a agremiação com o maior número de títulos nacionais na atualidade, com 15 taças conquistadas.

Ao todo, são 10 títulos no Brasileirão unificado (Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Campeonato Brasileiro), além de quatro Copas do Brasil e duas conquistas da Série B.

O clube paulista também é o atual bicampeão da Libertadores (2020-2021). 

História do verdão

Fundado por imigrantes italianos em São Paulo com o nome Società Sportiva Palestra Italia, o Palmeiras surgiu no dia 26 de agosto de 1914.

Porém, o clube só passou a usar o atual nome em 1942, quando a equipe alviverde foi pressionada a trocar sua alcunha devido à Segunda Guerra Mundial.

No início dos anos 1950, o Palmeiras viveu um dos seus capítulos mais especiais. Em 1951, o Alviverde conquistou a Copa Rio, torneio intercontinental que é reconhecido como o primeiro campeonato mundial pela entidade máxima do futebol, ao bater a Juventus na final.

Considerada a era de ouro para o futebol palmeirense, os anos 1960 e 1970 marcaram o surgimento da Segunda Academia.

Em equipe que contava com estrelas como Leão, Dudu, Ademir da Guia e tantos outros, o Alviverde viveu a sua fase mais vencedora, empilhando títulos estaduais e nacionais. 

Com o fim da geração capitaneada por Ademir da Guia, o Palmeiras viveu uma das piores fases de sua história. Marcada por uma grande seca de títulos, os anos 1980 foram tempos difíceis para o torcedor palestrino. 

O fim da era das vacas magras chegou no início dos anos 1990. Com o patrocínio da multinacional Parmalat, o Palmeiras conseguiu montar um esquadrão a partir de 1993, que em dois anos venceu cinco títulos, sendo três deles em finais contra o Corinthians, seu maior rival.

Assim, a geração que tinha nomes como Mazinho, Antônio Carlos, Roberto Carlos, César Sampaio, Zinho, Evair e Edmundo ficou para sempre na memória do torcedor. 

Para coroar a década de 1990, o Palmeiras voltou ao mapa das conquistas internacionais sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Com títulos da Copa Conmebol, em 1998, e da Libertadores da América, o Porco voltou ao mapa das grandes equipes do continente. 

Porém, no início da década de 2000, com o fim do acordo, o Alviverde passou por uma grave crise econômica, que o levou ao rebaixamento em 2002 e disputar a Série B em 2003.

O clube voltaria a disputar a Segundona 10 anos depois após ser novamente rebaixado em 2012, ano em que, curiosamente, conquistou a sua segunda  taça da Copa do Brasil. 

Após retornar à Série A, o Palmeiras encontrou na empresa Crefisa seu novo mecenas. Patrocinador do clube desde 2015, a empresa financeira ajudou na elevação do clube ao patamar em que se encontra hoje.

Desde o início da parceria, o Alviverde já conquistou duas Copas do Brasil (2015 e 2020), dois Campeonatos Brasileiros (2016 e 2018), duas Libertadores (2020 e 2021), além de quebrar o jejum de 12 anos sem títulos estaduais. 

Principais Campeonatos do Palmeiras

Copa Rio de 1951

Considerado por muitos o maior título da história palmeirense, a Copa Rio de 1951, que foi chancelada pela FIFA como o primeiro Campeonato Mundial de Clubes, sempre foi alvo de muita polêmica.

Visto pelos rivais como um torneio sem valor, a conquista é, até hoje, defendida com muito orgulho pelo clube. 

Para conquistar a Copa Rio, o Palmeiras bateu várias das grandes equipes do futebol mundial no início da década de 1950. Os primeiros adversários foram o Nice (França), o Estrela Vermelha (Iugoslávia) e a Juventus (Itália), única equipe a bater os brasileiros na fase de grupos. 

Classificado às semifinais do torneio, o Palmeiras enfrentou o Vasco, outro clube brasileiro que disputava a competição. Os palestrinos superaram os cruzmaltinos com uma vitória e um empate no confronto de dois jogos.

Assim, avançaram à final para enfrentar a Vecchia Signora, que havia sido sua algoz na primeira fase. 

Assim como fez com o Vasco, o Palmeiras superou a Juventus na final com uma vitória e um empate no Maracanã. Com um placar agregado de 3 a 2 nos dois confrontos, o Alviverde levantou a taça do torneio intercontinental no dia 22 de julho. 

Campeonato Paulista de 1993

Vivendo um longo jejum de títulos desde o fim da geração conhecida como a Segunda Academia, que ficou célebre ao ser capitaneada por Ademir da Guia, o palmeirense enxerga na conquista do Campeonato Paulista de 1993 o fim de um longo e sofrido pesadelo.

No dia 12 de junho de 1993, o Palmeiras goleou o arquirrival Corinthians por 4 a 0 na finalíssima e garantiu a taça de campeão paulista daquela temporada, quebrando um tabu de quase 17 anos sem gritar “é campeão”. 

O emblemático troféu foi o primeiro resultado da parceria selada entre o Palmeiras e a multinacional Parmalat em meados de 1992.

Logo em janeiro de 1993, decidiu investir pesado nas contratações e trouxe grandes craques para compor o elenco palestrino. Edmundo, Edílson, Antônio Carlos e Roberto Carlos foram alguns dos que chegaram e se juntaram a Zinho, Evair, César Sampaio, Mazinho, Sérgio, Tonhão e Daniel Frasson, que já estavam no clube. 

A campanha do título contou com 26 vitórias em 38 jogos.

O Verdão também empatou seis vezes e foi derrotado outras seis. Com 72 gols marcados, além do título, o Palmeiras também conquistou a marca de melhor ataque da competição, liderado por Evair, Edmundo e Edilson.

Libertadores de 1999

Ainda em meio à parceria com a Parmalat, o Palmeiras chegou à Libertadores, em 1999, após uma campanha vitoriosa na Copa Mercosul no ano anterior.

Em grupo com Corinthians, Olimpia e Cerro Porteño, o Verdão penou para se classificar, garantindo a vaga apenas na última rodada da primeira fase. 

Nas oitavas de final, o Porco enfrentaria o Vasco, que era o atual campeão do torneio e, por isso, entraria na LIbertadores já nas oitavas.

Com o brilho de Alex, que à época possuía apenas 21 anos, o Palmeiras bateu os cariocas por 5 a 3 no placar agregado e passou para as quartas de final, onde voltaria a enfrentar o Corinthians. 

Diante dos arquirrivais, o palmeirense viu a transformação do goleiro Marcos em santo. Com brilho na primeira partida, garantindo a vitória dos alviverdes por 2 a 0, e fechando o gol na disputa de pênaltis, após perder o jogo da volta pelo mesmo placar, “São Marcos” mostrou que, após sete anos na reserva de Sérgio e Velloso, estava pronto para ser protagonista com a camisa do Palmeiras. 

Nas semifinais, o Palmeiras teve pela frente o River Plate. Considerado o grande time da América do Sul na época, contando com jogadores como Sorín, Gallardo e Saviola, os Millionarios venceram a primeira partida por 1 a 0, graças ao brilho de Marcos, que fez inúmeras defesas.

Na volta, mais uma vez, Alex conduziu a equipe a um épico triunfo, por 4 a 2, que levou a equipe comandada por Felipão para a final continental. 

O último desafio da campanha foi diante do Deportivo Cali, da Colômbia. Mais uma vez, o Palmeiras saiu atrás na partida fora de casa, pelo placar de 1 a 0.

Em casa, os palestrinos lutaram e conseguiram vencer por 2 a 1, resultado que levou a partida para os pênaltis, que foram vencidos por 4 a 3, pelos palmeirenses, pintando a América de verde pela primeira vez. 

Principais técnicos do Palmeiras

Aymoré Moreira

No Palestra Italia, foi campeão paulista em 1934 como goleiro e campeão brasileiro em 1967 (Roberto Gomes Pedrosa) como treinador.

Na Seleção Brasileira, conquistou a Copa do Mundo do Chile em 1962 comandando a geração de Didi e Garrincha, além de ter tido passagens também na década de 50 e 70. Ao todo, teve 199 jogos no comando da esquadra palestrina.

Oswaldo Brandão

Atleta do próprio Verdão na década de 1940, Oswaldo Brandão é o técnico que mais vezes treinou e mais venceu partidas com o manto palestrino.

Com um perfil de paizão, Brandão sabia ouvir e aconselhar seus atletas até em suas vidas pessoais, extraindo as principais qualidades de cada um. 

O primeiro título veio logo aos 31 anos, quando conduziu o Verdão ao título paulista de 1947. Na década seguinte, foi o comandante na conquista do Supercampeonato Paulista de 1959 e do primeiro Campeonato Brasileiro do clube, em 1960. 

Sua passagem mais notória, no entanto, ocorreu entre os anos de 1971 e 1975, quando o treinador faturou dois Paulistas e dois Brasileiros, além de vários outros torneios menores, na época da histórica Segunda Academia, chefiada dentro de campo por Ademir da Guia, Dudu, Leivinha e companhia. 

Vanderlei Luxemburgo

Simplesmente o técnico mais vitorioso da história. Vanderlei Luxemburgo é o treinador que mais vezes levantou taças no comando do alviverde: foram oito títulos de campeonato em cinco passagens pelo clube, superando Oswaldo Brandão, com sete.

Além de recordista estadual com cinco Campeonatos Paulistas (1993, 1994, 1996, 2008 e 2020), Luxa levantou as taças dos Brasileiros de 1993 e 1994 e do Rio São-Paulo de 1993. Somando os troféus de menor expressão (torneios amistosos e taças únicas), tem 18 conquistas no total.

Além disso, Luxemburgo é o terceiro comandante com mais jogos (411) pelo Verdão, atrás só de Oswaldo Brandão (586) e Felipão (484), e o segundo com mais vitórias (244), perdendo apenas para Brandão (342).

Ele é ainda o dono da maior sequência de vitórias da história do Palmeiras, com 23 triunfos consecutivos entre 11/02/1996 e 01/05/1996, e o dono da maior sequência de vitórias em Campeonato Brasileiro, com oito triunfos consecutivos entre 30/09/1993 e 06/11/1993.

Dentro do antigo Palestra Italia e do Allianz Parque, os números também são dominantes. Luxemburgo lidera a lista de técnicos com mais duelos (160) e vitórias (122) na história do estádio, sendo que, na passagem de 2020, ostentou uma série invicta de 21 jogos no local (13 vitórias e oito empates).

Luiz Felipe Scolari 

Ídolo da torcida alviverde, Luiz Felipe Scolari está marcado para sempre como um dos grandes personagens da história do Palmeiras.

 

Campeão da Copa do Brasil duas vezes (1998 e 2012), da Copa Mercosul (1998), da Copa Libertadores (1999), do Torneio Rio São-Paulo (2000) e do Campeonato Brasileiro (2018), o treinador só tem menos títulos pelo clube do que Vanderlei Luxemburgo (oito) e Oswaldo Brandão (sete). 

Também só os três superaram a barreira dos 400 jogos pelo Alviverde – Felipão é o segundo colocado com 484 (237 vitórias, 132 empates e 115 derrotas), à frente de Luxemburgo, com 411 partidas (244 vitórias, 96 empates e 71 derrotas), e atrás apenas de Brandão, com 586 (342 vitórias, 150 empates e 94 derrotas).

Abel Ferreira

Contratado pelo Palmeiras em 2020, durante a disputa da Libertadores para substituir Vanderlei Luxemburgo, Abel Ferreira conseguiu, em pouco menos de dois anos, imprimir seu nome de maneira definitiva na história do clube. 

Com um perfil estrategista, o português é o primeiro técnico lusitano do clube e o único a conseguir um bicampeonato da Libertadores da América (2020-2021) e da Copa Sul-Americana (2021-2022).

Além disso, em seu ano de estreia, Abel ainda conquistou a Copa do Brasil, garantindo ao clube uma tríplice coroa com títulos a nível estadual, nacional e continental. 

Principais jogadores do Palmeiras

Ademir da Guia

Filho do lendário defensor Domingos da Guia, Ademir marcou época na era de ouro da famosa Academia do Palmeiras. Considerado o maior jogador da história alviverde, o Divino é também o maior vencedor da história multcampeã do clube. 

O camisa 10 conquistou cinco Campeonatos Paulistas (63, 66, 72, 74 e 76), dois Campeonatos Brasileiros (72 e 73), duas taças Roberto Gomes Pedrosa (67 e 69), um torneio Rio-São Paulo (1965) e a Taça Brasil, em 1967, sendo titular e decisivo em todas as conquistas. 

Ao todo, o meio-campista foi o dono da camisa 10 do clube palestrina durante 16 anos.

Marcos

Revelado pelas categorias de base após vir do interior para jogar no Palmeiras, a história do goleiro Marcos no Palmeiras é um sinônimo de fidelidade entre jogador e clube.

Após sete anos como reserva do Alviverde, o arqueiro teve uma primeira temporada mágica como titular, em 1999, quando ganhou a alcunha de “São Marcos” por conduzir o clube ao título da Libertadores. 

Três anos depois, foi protagonista da última conquista da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Fechando o gol em diversos momentos da competição, Marcos foi o único representante palmeirense no time titular, que foi comandado por Luiz Felipe Scolari.

Em 20 anos como profissional, jogou apenas com a camisa do Palmeiras, quando se aposentou em 2011. Grande ídolo de uma geração, a reverência à sua trajetória se confirma com o busto do atleta que hoje se encontra na sede social do clube.

Evair

Chamado de matador, Evair dava muitos motivos para ser temido pelos adversários. Protagonista em duas equipes históricas do Palmeiras da década de 1990, o camisa 9 foi marcante em duas das conquistas mais celebradas da história alviverde. 

Em 1999, ajudou o alviverde a conquistar a Libertadores sendo decisivo na final ao marcar no tempo normal e depois nos pênaltis diante do Deportivo Cali. 

Outro jogo marcante foi em 1993, quando fez dois gols na goleada sobre o Corinthians por 4 a 0, na final do Campeonato Paulista daquele ano, que encerrou um longo jejum de 19 anos..

Oberdan Cattani

Marcado por características como agilidade e ótima impulsão, Oberdan Cattani marcou época nos anos 1940 jogando com a camisa do Palmeiras.

Considerado o maior goleiro da década no futebol brasileiro, o arqueiro foi um dos protagonistas da Arrancada Heroica, partida que garantiu o título paulista ao Palmeiras em 1942. 

Com carreira bastante longeva no alviverde, Oberdan também fez parte da equipe que conquistou a Copa Rio em 1951, mesmo sem ser titular. Exemplo de dedicação e amor ao Verdão, se tornou conselheiro do clube depois de se aposentar dos gramados. 

Curiosidades sobre o Palmeiras

• O Palmeiras foi campeão paulista (1942) na sua primeira partida após a troca do nome original;
• Vencedor da Copa Rio de 1951, o Palmeiras é reconhecido pela FIFA como o primeiro campeão mundial;  
• Considerado pejorativo durante boa parte da história do clube, o apelido “Porco” só passou a ser aceito pela torcida do Palmeiras no fim dos anos 1980. Hoje, o animal é um dos mascotes da agremiação ao lado do periquito, tradicional animal símbolo do alviverde paulista. 

Situação atual do Palmeiras

Após a conquista do bicampeonato consecutivo da Libertadores da América, o Palmeiras teve a chance de disputar novamente a final do Mundial de Clubes, em fevereiro, mas tal e qual em 1999, viu um clube inglês lhe superar e alcançar a taça. 

Apesar disso, o Palmeiras vem buscando fazer uma boa campanha no Campeonato Paulista para voltar a vencer o Estadual após dois anos. No entanto, o Verdão já conquistou a sua primeira taça em 2022.

Em jogos disputados entre o final do mês de fevereiro e o início de março, a equipe alviverde superou o Athletico Paranaense e conquistou o título da Recopa Sul-Americana. 

Time base: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Luan e Piquerez; Danilo, Zé Rafael e Rafael Veiga; Dudu, Gustavo Scarpa e Rony. Técnico