
O Jogo Hoje conta a história da maior lenda do atletismo mundial no século XXI
Você sabe qual foi o primeiro esporte de Usain Bolt? Considerado como o maior velocista de nossa época, o corredor jamaicano se tornou uma lenda do esporte graças ao seu desempenho avassalador nas pistas. Durante o século XXI, ninguém construiu e destruiu mais recordes nas pistas do mundo do que ele.
O que é necessário para se tornar uma lenda no esporte? Resultados? Dominância? Um estilo único e vencedor? Todos esses fatores são muito presentes na carreira do atleta jamaicano Usain Bolt.
Por isso, o Jogo Hoje conta a história deste homem que, tal e qual os heróis míticos da Grécia Antiga, elevou os limites do que o corpo humano pode fazer com o seu talento e velocidade.

O primeiro esporte de Usain Bolt
Nascido na pequena cidade jamaicana de Trelawny, na Jamaica, em 21 de agosto de 1986. Usain St. Leo Bolt, já demonstrava, desde pequeno, aptidões físicas muito acima dos garotos da sua idade, tanto que aos 12 anos já era considerado o aluno mais rápido de sua escola.
Assim, depois de passar a frequentar escola secundária, começou a praticar outros esportes, como o críquete. Este foi o primeiro esporte de Usain Bolt, além do futebol. Contudo, seu treinador notou a velocidade do garoto e insistiu que dedicasse seu potencial ao atletismo.
Dessa forma, Bolt foi encaminhado para o ex-velocista olímpico jamaicano, Pablo McNeil, que passou a cuidar pessoalmente do seu treinamento. Sob os cuidados do atleta aposentado, Usain iniciou sua carreira nas competições internacionais em 2001.
O agora atleta só começou a espantar o mundo do atletismo no ano seguinte, quando aos 15 anos – e já com 1,96m de altura -, venceu os 200 metros rasos do Campeonato Mundial Juvenil de Atletismo, tornando-se a pessoa mais jovem a conseguir esse feito.
Um ano depois, Bolt repetiu o feito, melhorando ainda mais a sua marca. Mais tarde, no Campeonato Pan-Americano Júnior de Atletismo, o jovem de apenas 16 anos igualou o recorde mundial da categoria nos 200m, além de superar as marcas do atual campeão olímpico Maurice Green em 2003.
Depois do primeiro esporte de Usain Bolt, o começo da carreira
Em 2004, Usain Bolt finalmente se tornou atleta profissional e logo partiu para disputar as Olimpíadas, em Atenas. Porém, uma lesão no tendão de Aquiles atrapalhou seu desempenho, o impedindo de repetir as melhores marcas da carreira.
No ano seguinte, o corredor jamaicano decidiu trocar de técnico. Assim, iniciou a sua parceria com o preparador de atletas Glen Mills, com quem conseguiu refinar sua técnica de corrida, além de demonstrar maior comprometimento com a carreira.
O treinador também foi o responsável pelo início da trajetória do corredor nas provas de 400m rasos, mesmo com uma forte relutância inicial de Bolt.

Durante o ciclo olímpico, Bolt foi atrapalhado pelas lesões. Especialmente entre 2005 e 2006. Além disso, o jamaicano ainda sofria com a grande concorrência nas provas de 200m que eram dominadas pelo velocista americano Tyson Gay.
A partir de 2007, o mundo começou a ver os prodígios do atleta que queria ser o homem mais rápido do mundo. No Campeonato Mundial de Atletismo, aos 21 anos, Bolt conquistou a medalha de prata nos 200 metros rasos, além de participar do revezamento 4×100 ficou em segundo lugar na competição.
No começo de 2008, em uma de suas primeiras provas atuando nos 100m rasos, Bolt assombrou o mundo. Disputando o Reebok Grand Prix, em Nova York, o jamaicano estabeleceu seu primeiro recorde mundial dos 100m, registrando 9s72.
O herói olímpico
2008
Chegando em Pequim, para disputar as Olímpiadas de 2008, Usain Bolt se credenciou para as provas dos 100m e dos 200m rasos. E não deu outra. Em sua 2ª disputa olímpica, o Raio conquistou as 2 medalhas de ouro, igualando o feito do americano Carl Lewis, em 1984, além de quebrar os 2 recordes mundiais nas modalidades.
Bolt ainda conquistaria o revezamento 4x100m junto com o time da Jamaica naquele ano, porém, 9 anos depois, os atletas jamaicanos seriam desqualificados e teriam as medalhas de ouro suspensas devido à detecção de um caso de doping na equipe.
2012
Os primeiros anos do ciclo olímpico que levaria os atletas à Olimpíada de Londres, em 2012, foi a continuação do reinado de Usain Bolt.
Em 2009, considerada por muitos especialistas como a sua melhor temporada na carreira, o corredor passou a destruir recordes a cada competição que participava. No Campeonato Mundial de Atletismo daquele ano, conquistou 3 medalhas de ouro: 100m, 200m e 4x100m, estabelecendo os novos recordes mundiais nas duas primeiras modalidades, que estão vigentes até hoje.
Contudo, na edição seguinte, não conseguiu repetir seu desempenho e acabou sendo ofuscado por Yohan Blake, nova revelação jamaicana das pistas. Dessa forma, Usain Bolt chegou a Londres pressionado.
Visando repetir seu melhor desempenho e igualar Carl Lewis como o único velocista a alcançar um bicampeonato nos 100m rasos. Assim, com bastante foco e possuindo a vontade de dar uma resposta aos críticos, o jamaicano venceu novamente as 3 provas olímpicas, se tornando bicampeão dos 100m, 200m e revezamento 4x100m, onde, ao lado de Yohan Blake, estabeleceu mais um recorde mundial.
2016
Ao contrário dos anteriores, o início do ciclo até as Olimpíadas do Rio, que seriam disputadas em 2016, não começou tão bem para Bolt. Alternando derrotas nas pistas e lesões, o jamaicano decidiu focar no Campeonato Mundial em 2013, onde, mais uma vez, conquistou as medalhas de ouro nas 3 provas que se inscreveu.

No ano seguinte, contudo, Bolt voltou a sofrer com lesões musculares e no tendão de Aquiles. Por isso, disputou apenas o revezamento 4x100m dos Jogos da Comunidade Britânica, onde conquistou mais um ouro.
Na reta final da preparação para a sua 4ª Olimpíada, Bolt voltou ao Campeonato Mundial de Atletismo, disputado em 2015, no estádio Ninho de Pássaro, em Pequim, onde começou a construir a sua lenda, e, novamente, faturou as medalhas de ouro nas suas 3 especialidades.
Considerado um dos grandes astros – se não o maior -, Bolt chegou ao Rio com o status de atração principal dos Jogos Olímpicos. E não decepcionou o público.
Esbanjando carisma, reeditou a performance avassaladora dos últimos dois jogos e garantiu um feito único: o tricampeonato das 2 provas de sprint, além do revezamento 4x100m. Porém, não conseguiu quebrar os recordes que já havia estabelecido, algo que passou a gerar dúvidas sobre o futuro da sua carreira.
O fim da pista
Um ano após a conquista do tricampeonato olímpico, Bolt voltou à ação para a disputa de mais 1 Campeonato Mundial de Atletismo. Porém, dessa vez, o grande heroi da Jamaica ficou muito aquém do que se esperava dele.
Assim, conquistou apenas 1 medalha de bronze na prova dos 100m rasos, quebrando uma hegemonia de 10 anos como vencedor de todas as modalidades de sprint nas Olimpíadas e Mundiais.
Dessa forma, acabou anunciando sua aposentadoria ainda em 2017, aos 30 anos, após o encerramento do Campeonato Mundial.
Uma possível segunda carreira?
O críquete pode ter sido o primeiro esporte de Usain Bolt, mas o futebol também esteve presente no início da vida dele. E depois da aposentadoria das pistas, reapareceu.
Grande fã de futebol e torcedor fanático do Manchester United, da Inglaterra, Usain Bolt tentou iniciar uma carreira como jogador profissional após a sua aposentadoria das pistas.

Assim, em 2018, o jamaicano passou por um período de treinos com o time norueguês Strømsgodset, onde atuou como atacante em um amistoso contra a seleção de futebol sub-19 da Noruega.
Em agosto, o agora ex-velocista foi contratado pelo clube Central Coast Mariners, da Austrália, para um novo período de testes. Clube que sucedeu investidas sem sucesso no Borussia Dortmund (Alemanha) e Sundowns (África do Sul), ambos sem sucesso.
Após 2 meses treinando com os australianos, Bolt estreou como titular dos Mariners, em um amistoso preparatório para o campeonato nacional. Na ocasião, marcou 2 gols da goleada por 4 a 0 contra o Macarthur South West United.
Porém, já em janeiro de 2019 resolveu abandonar a carreira de futebolista, declarando que “foi divertido enquanto durou”.
Outras premiações
Além do reconhecimento do seu desempenho com medalhas conquistas nas pistas do mundo todo, Bolt também foi bastante premiado fora do ambiente dos ginásios ao longo de sua carreira.
Considerado um herói do povo da Jamaica, o atleta recebeu, entre 2008 e 2009, a Ordem da Distinção e a Ordem da Jamaica, pelos serviços prestados ao país em sua carreira como atleta.
Como curiosidade, a Ordem da Jamaica confere ao homenageado uma comenda equivalente ao grau de Cavaleiro no sistema britânico de honrarias.
Além disso, Bolt é multicampeão dos troféus de Atleta do ano oferecidos pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2016) e pelo Prêmio Laureus do Esporte Mundial (2009, 2010, 2013, 2017).
