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Maior boxeador de todos os tempos: Saiba quem é

Reconhecer o maior boxeador de todos os tempos pelo nome de batismo, Cassius Marcellus Clay Jr., talvez não seja fácil. […]

Foto: Agência EBC

Reconhecer o maior boxeador de todos os tempos pelo nome de batismo, Cassius Marcellus Clay Jr., talvez não seja fácil. Mas o nome adotado por ele depois de ter se convertido ao Islamismo é uma unanimidade. Muhammad Ali-Haj é não apenas uma lenda do boxe, mas também um dos maiores atletas da história do esporte.

Nascido no dia 17 de janeiro de 1942, nos Estados Unidos, recebeu o nome em homenagem a um político abolicionista homônimo. Foi levado ao boxe aos 12 anos de idade, ao ser flagrado agredindo um ladrão que teria roubado sua bicicleta.

Como boxeador, os números são impressionantes. Muhammad Ali tem no seu cartel 61 lutas, com 56 vitórias, sendo 37 por nocaute, e cinco derrotas. O boxeador foi três vezes campeão mundial: em 1964, aos 22 anos, em 1974 e em 1978.

Vencedor e carismático, ajudou a popularizar o esporte mundialmente. Por onde passou (Alemanha, Japão, Suíça, Filipinas, Irlanda, Malásia, República Democrática do Congo), sempre foi festejado como ídolo.

Fora dos ringues, Muhammad Ali foi mais do que uma lenda: ele foi inspiração. O maior boxeador de todos os tempos lutou pelos direitos os negros e foi militante contra o racismo nos Estados Unidos. Apoiou líderes do movimento por direitos iguais aos brancos, como Martin Luther King.

Ali recusou lutar no Vietnã e foi banido do esporte

Em 1967, Muhammad Ali foi convocado pelo Exército Americano para lutar na Guerra do Vietnã, mas se recusou a se apresentar. “Fui avisado de que essa atitude me custaria milhões de dólares. Mas não vou desgraçar minha religião, meu povo ou a mim mesmo tornando-me um instrumento para escravizar aqueles que estão lutando por justiça, liberdade e igualdade”, disse, na época.

As consequências da recusa foram duras para Muhammad Ali. Ele perdeu o cinturão que havia conquistado três anos antes, foi banido do esporte por três anos e condenado à prisão.
Conseguiu permanecer em liberdade após pagar fiança, mas só no fim de 1970 conseguiu voltar aos ringues, após a sentença ser revista pela Suprema Corte norte-americana.

A volta por cima do maior boxeador de todos os tempos

 Em 1974, Muhammad Ali conquistou o título mundial pela segunda vez, recuperando o cinturão que havia perdido apenas por se recusar a lutar no Vietnã. A luta que o consagrou campeão outra vez foi contra George Foreman, nome que está na galeria dos maiores do boxe.

O duelo é apontado como o maior de todos os tempos do esporte. Em 1978, Ali perdeu o cinturão para Leon Spinks. Entretanto, meses depois, recuperou o título em uma revanche contra Spinks.

Depois de se sagrar campeão mundial de boxe pela terceira vez, Muhammad Ali decidiu se afastar dos ringues. Depois mudou de ideia. Voltou a lutar em 1980, já com 38 anos. Foi derrotado Larry Holmes.

Parecia não ser mais o mesmo que impressionava pela capacidade de levar adversários à lona. Fez mais uma luta, em 1981, sendo derrotado por Trevor Berbick. Era a aposentadoria definitiva da lenda.

Muhammad Ali luta contra o Mal de Parkinson

Em 1984, Ali chocou o mundo mais uma vez, ao revelar que sofria do Mal de Parkinson. A doença, que tinha começado a dar sinais dois anos antes, comprometeu os movimentos da lenda do boxe.

Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ele protagonizou um momento emocionante e histórico na cerimônia de abertura. Já bastante debilitado, ele surpreendeu o público ao aparecer de surpresa na festa e acender a pira olímpica.

Mal de Parkinson chegou a ir a Israel em 2010 para tratar a doença. Foram 32 anos de luta contra o Mal de Parkinson. No dia 3 de junho de 2016, Muhammad Ali morreu, aos 74 anos. Mas seu legado para o boxe internacional e para a luta pelos direitos dos negros permanece vivo.

Morreu o ídolo, nasceu a lenda

A morte de Muhammad Ali causou comoção no mundo inteiro. Grandes ídolos do esporte, como Pelé, fizeram homenagens ao maior boxeador de todos os tempos. Como última reverência, personalidades negras como o ator Will Smith e o ex-campeão mundial de boxe Mike Tyson estiveram entre as pessoas que carregaram o caixão.

Mas Muhammad Ali também recebeu grandes homenagens enquanto estava vivo. Em 1998, foi nomeado como como Mensageiro da Paz pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em 1999, foi eleito “o desportista do século” pela revista norte-americana Sports Illustrated. Em 2005, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade. Em 2014, sua história de vida foi contada no filme Eu Sou Ali. O boxeador foi interpretado pelo ator Will Smith.

A suspeita de que o boxe causou a doença

Após a morte de Muhammad Ali, muitos especialistas levantaram a possibilidade de que o Mal de Parkinson tenha sido causado por causa dos golpes na cabeça durante sua carreira no boxe.

A tese foi defendida por vários neurologistas, embora não seja possível confirmar a suspeita. “Não podemos afirmar com certeza, mas há fortes suspeitas”, disse, na época, Andre Monroche, chefe da comissão médica da Federação Francesa de Esportes de Contato.

Mike Tyson também é lembrado como o maior boxeador de todos os tempos

 

Também norte-americano, Michael Gerald Tyson, o Mike Tyson, é outro boxeador que marcou época no esporte. Conhecido pela força dos golpes, lutou 58 vezes, com 50 vitórias (44 por nocaute), seis derrotas e duas lutas sem resultado.

A iniciação ao boxe aconteceu quando ele era adolescente. Aos 11 anos de idade, Mike Tyson foi internado em um reformatório para jovens delinquentes. Lá, foi incentivado a entrar no boxe pelo então diretor do reformatório, que era um ex-pugilista.

Toda a carreira de Tyson foi precoce. Aos 15 anos, foi campeão juvenil de boxe dos Estados Unidos. Aos 16, foi campeão mundial juvenil. Aos 20, em 1986, tornou- se tornou o mais jovem pugilista a ser campeão mundial dos pesos pesados.

Em 1987, tornou- se o primeiro pugilista a ostentar simultaneamente os cinturões da WBA, WBC e IBF. A primeira derrota só aconteceu após 38 lutas, em 1990, quando foi nocauteado por Buster Douglas, perdendo seus títulos.

A acusação de estupro e a prisão da lenda Tyson

Mas a carreira de Tyson também é marcada por algumas manchas. A pior delas, uma acusação de estupro. Em 26 de março de 1992, o pugilista foi preso acusado de violentar uma mulher que na época tinha apenas 18 anos e concorria a um concurso de Miss Black America. A mulher disse ter sido obrigada a ter relação sexual com Tyson. O boxeador garante que o ato foi consensual.

Tyson foi condenado a seis anos de reclusão, mas deixou a prisão mais cedo, no dia 25 de março de 1995, por bom comportamento. Mesmo em liberdade e apesar de sempre ter negado o estupro, Tyson não conseguiu evitar que sua imagem ficasse arranhada.

De volta aos ringues, ele continuava sendo cultuado pelo seu boxe e pelo olhar intimidador na hora da “encarada”, pouco antes de a luta começar. Em novembro de 1995, fez sua primeira luta após deixar a prisão.

Derrotou Peter McNeeley após o agente do seu adversário invadir o ringue. Em 1996, conquistou de volta os cinturões da WBC e WBA com vitórias sobre Frank Bruno e Bruce Seldon. Era chegada a hora de enfrentar Evander Holyfield.

A derrota histórica de Tyson contra Evander Holyfield

Evander Holyfield e Mike Tyson lutando

O duelo contra Evander Holyfield, que também havia sido campeão mundial, vinha sendo preparado para acontecer há tempo. Antes mesmo de Tyson ser preso. Mas por uma série de circunstâncias acabou sendo adiado. E ele ocorreu no dia 9 de novembro de 1996. Na verdade, o primeiro de dois encontros históricos. E dolorosos. Para os dois.

Por mais que Holyfield fosse considerado um grande boxeador, pouca gente apostava em um resultado diferente de uma vitória de Tyson. Mas o mundo ficou em choque ao ver Holyfield nocautear Tyson no 11º round. Mal acabou a luta, a revanche já era dada como certa. E ela aconteceu apenas sete meses depois, no dia 28 de junho de 1997.

Tyson morde a orelha de Holyfield na revanche e decepciona os fãs

A expectativa por esse duelo era enorme. O mundo parou para acompanhar o duelo pela televisão, gerando uma receita recorde na época. Somente para subir ao ringue outra vez, cada um dos dois recebeu U$S 30 milhões. O combate foi transmitido ao vivo para 97 países.

O público esperava uma vitória de Tyson para que uma terceira luta fosse marcada. Mas Holyfield estava em grande fase. Jogando a cabeça para a frente, Holyfield foi irritando Tyson, que chegou a ser atingido no supercílio. Mas o combate prosseguiu. E a cada segundo que passava, Tyson parecia mais nervoso, como se tivesse obrigação de vencer o adversário, do jeito que fosse.

No terceiro assalto, Holyfield teve uma reação estranha, Começou a pular e fazer algum gesto em direção à cabeça. O que ninguém estava entendendo ficou claro quando as imagens da televisão mostraram Tyson mordendo a orelha do rival, arrancando um pedaço.

O duelo foi paralisado e, depois de Holyfield receber atendimento médico, a luta continuou. Dois minutos depois, Tyson voltou a morder a orelha de Holyfield. A luta foi parada novamente.

Desta vez, não teve perdão para Tyson, que foi desclassificado, gerando um tumulto pouco comum no boxe. Muita gente invadiu o ringue. Tyson, furioso, tentou se aproximar de  Holyfield, que deixou o local amparado por seguranças.

Carreira de Tyson chega ao fim após a mordida

Tyson foi banido do esporte por um ano. Depois disso, voltou a lutar. Mas não era mais o mesmo de antes. Em dez combates, venceu apenas cinco. Perdeu três das últimas quatro lutas. Se despediu dos ringues no dia 11 de junho de 2005, com derrota para Kevin McBride.

Quinze anos depois, no dia 29 de novembro de 2011, Tyson voltou aos ringues, aos 54 anos. Fez uma luta de exibição contra Roy Jones Jr., que tinha 51 na época. Foi um misto de sentimentos.

Para alguns, prevaleceu a nostalgia, por ver Tyson de volta. Para outros, ver um dos maiores boxeadores de todos os tempos sem a mesma força e a mesma agilidade de antes não foi uma experiência positiva. A luta terminou empatada e os dois foram declarados campeões simbolicamente.

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