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Quanto ganha um lutador de UFC: Salários milionários ou ainda pode melhorar?

Saiba mais sobre os valores que recebem os lutadores de MMA O Ultimate Fighting Championship (UFC) surgiu em 1993 e […]

Luta de UFC. Dois lutadores, dentro do octógono, trocam socos.

Saiba mais sobre os valores que recebem os lutadores de MMA

O Ultimate Fighting Championship (UFC) surgiu em 1993 e se consolidou como a principal liga de MMA no planeta. Grande sonho dos lutadores, um contrato com o UFC pode render muito dinheiro na conta nesses eventos que movem milhões de dólares mundo afora. Mas você sabe quanto ganha um lutador de UFC? Neste texto vamos explorar este mundo a parte da lutas.

O UFC

Hoje, o UFC é uma das ligas de maior sucesso comercial no mundo desportivo. Isso se sustenta por patrocínios milionários, receitas de pay-per-view, direitos de transmissão, bilheterias, licenciados e afins. Mas o caminho foi longo até essa glória econômica.

A 1ª edição da disputa focava em lutadores representando artes marciais diferentes e foi transmitida só para os Estados Unidos, com 86.500 compras no pay-per-view do torneio para ver o brasileiro Royce Gracie vencer o UFC 1.

Royce Gracie vestindo kimono branco, dentro de octógono, enquanto árbitro de luta ergue seu braço direito.

Ali, o evento era para ter só 1 edição, mas o bom número de vendas impulsionou uma sequência e começou a modular o que hoje conhecemos como MMA. Nessas 3 décadas, os eventos passaram a priorizar as lutas separadas, ao invés de um torneio inteiro por noite.

Além disso, as regras também mudaram bastante. No início, quase não havia regras, algo que foi evoluindo ao longo das edições para criar um esporte menos violento. Regras sobre tempo e desempate também foram criadas, deixando o MMA com mais cara de esporte.

Mas, ainda assim, o UFC não era um sucesso econômico. Sem conseguir deslanchar, a categoria beirava a falência quando foi vendida por apenas US$ 2 milhões, em 2001. Ali, a empresa Zuffa assumiu a liga e conseguiu aumentar a popularidade e as receitas.

Mas o sucesso só veio em 2005, quando a categoria, junto à emissora Spike TV, criou o reality show The Ultimate Fighter (TUF). O programa deu um novo gás e impulsionou o interesse do midiático no UFC. Desde então, já foram mais de 40 temporadas do reality.

Um exemplo disso é que o UFC 52, o primeiro após o TUF, teve 280 mil vendas no PPV, quase o dobro do antigo recorde. E esse recorde foi quebrado várias vezes em sequência. Assim, já em 2006, o UFC rendeu mais de US$ 220 milhões só em vendas de pay-per-view.

Participantes do The Ultimate Fighter, reality show do UFC.

E esse valor vai muito além quando juntamos às demais fontes de receita dessa liga, que tira mais de US$ 100 milhões ao ano só com um dos contratos de direito de transmissão nos Estados Unidos.

Daí em diante, a principal categoria do mundo do MMA só fez se consolidar como sucesso econômico. A liga comprou e incorporou ligas concorrentes, reuniu as principais estrelas do esporte, assinou contratos milionários ao redor do planeta até chegar ao porte que tem hoje.

A ascensão no UFC

E com o UFC conseguindo se firmar tão bem no mercado esportivo, a categoria também se tornou o sonho de todo lutador. Hoje, muitas artes marciais podem ser portas de entrada para um lutador amador que sonha em chegar ao ápice do MMA.

Mas o caminho até lá é longo. Como o UFC é uma liga fechada, eles selecionam bem quem vai fazer parte dos seus cards, então os lutadores precisam mostrar muita habilidade no meio do caminho, seja como amador ou em outras categorias das artes marciais mistas.

E, mesmo depois de entrar no UFC, o lutador ainda precisa de bons resultados antes de sonhar com a luta por um cinturão.

Um exemplo é o do brasileiro Deiveson Figueiredo. Atual campeão do peso mosca, ele já tinha um cartel de 11-0 em diferentes ligas brasileiras antes de chegar ao UFC. E quanto ao cinturão, ele só conseguiu o posto de campeão quando já tinha um cartel de 8-1 na liga.

Deiveson Figueiredo usando óculos escuro, sem camisa, durante promoção de luta. O lutador aparece de pé e flexionando os dois braços para cima.

Entre os outros atuais campeões do UFC, o nigeriano Kamaru Usman (meio-médio) foi o que estreou mais cedo na categoria. Ele tinha apenas seis lutas no cartel, mas conseguiu estrear na decisão da 21ª edição do TUF, que ele venceu.

Do outro lado, quem mais demorou para entrar no UFC foi Jiří Procházka (meio-pesado). O checo já tinha 30 lutas no cartel antes de estrear, partindo para o cinturão com apenas 3 lutas na categoria. Ele já chegou como grande estrela da categoria japonesa Rizin.

Mas uma coisa comum aos campeões é o baixo número de derrotas. Entre os donos de cinturão, o maior número de derrotas está com a estadunidense Carla Esparza (palha), que tinha ganho o cinturão inaugural, em 2014, e recuperou em 2022, com um cartel de 19-6.

Quanto ganha um lutador de UFC?

Alçados ao posto de estrelas do esporte, os principais destaques do UFC também têm contas bancárias recheadas. Mas os valores envolvidos não são tão claros assim. Sendo assim, quanto ganha um lutador de UFC depende dos seus contratos com a liga e dos desempenhos nas lutas.

A política adotada pelo UFC é bem diferente do tênis, por exemplo, em que os valores de premiação recebidos por cada atleta entram direto em suas estatísticas. Aqui, quanto ganha um lutador de UFC não é uma coisa tão exposta pela liga.

Isso porque, mesmo sendo obrigado por comissões atléticas dos EUA a declarar a receita de contrato dos lutadores, o UFC trabalha com vários bônus extra-contratuais, que nem sempre têm valores tão claros assim.

Em alguns acordos da liga, os lutadores podem receber porcentagens das receitas de patrocínio, ações de marketing ou venda de pay-per-view para o evento. Assim, o total final dessas remunerações variam bastante a cada luta.

Dentro disso, há muita estimativa. No livro Teu Filho Não Foge à Luta, o autor Fellipe Awi indicava um pagamento base por luta em média de US$ 6 mil (R$ 32 mil) para um iniciante e entre US$ 20 e 28 mil (R$ 110 a R$ 150 mil) para um lutador intermediário.

Mas esses valores também podem ser impulsionados pelo próprio desempenho do lutador. Isso porque, dentro dos torneios, os lutadores recebem um valor fixo para entrar no octógono, mas esse total pode receber um bônus em caso de vitória.

Além disso, existem algumas bonificações que são concedidas para “Luta da Noite”, “Nocaute da Noite” e “Finalização da Noite”. Cada uma dessas é orçada em US$ 50 mil (R$ 267 mil) – valor que já supera o valor base para alguns lutadores menos conhecidos.

E quanto ganha um lutador de UFC considerado grande estrela?

Para um iniciante, esses bônus podem ser até o carro chefe da premiação, mas as receitas dos grandes nomes do UFC estão bem acima desses valores. Isso mesmo sem contar com bônus, porcentagens, adicionais de vitórias e patrocínios individuais.

Abaixo, podemos ver quanto ganha um lutador de UFC na prática. Mas esses valores listados só contam os fixos das lutas e bônus de vitória e performance. Porcentagens de pay-per-view impulsionam os salários das grandes estrelas.

No UFC 275, quem ganhou mais foi a campeã do peso mosca, Valentina Shevchenko. A quirguiz recebeu US$ 672 mil (R$ 3,6 mi) entre fixo e bônus. Jiří Procházka, com US$ 552 mil (US$ 2,95 mi) e Glover Teixeira, com US$ 542 mil (R$ 2,9 mi) fecharam o top-3.

Olhando para o outro lado, dois lutadores saíram do octógono com apenas US$ 16 mil (R$ 82 mil), mesmo estando falando do principal evento do UFC naquele mês. Nove dos 24 lutadores daquela noite receberam menos de US$ 50 mil (R$ 267 mil).

Mas os valores também variam pelos eventos. No UFC 276, Israel Adesanya recebeu um salário base de US$ 1,8 milhão (R$ 9,6 mi), enquanto Jared Cannonier, Alexander Volkanovski e Max Holloway receberam entre US$ 600 e 700 mil (R$ 3,2 a 3,7 mi).

Além dessas remunerações bem mais gordas que os totais da edição anterior do principal evento do UFC, o vencedor do peso-médio, Israel Adesanya ainda levou uma fatia de 30% das vendas de pay-per-view.

Assim, as grandes estrelas do UFC conseguem ter grandes remunerações, mas isso também exige um bom número e performance nas lutas. Tanto é que, em 2022, apenas um lutador terminou no top-50 da lista da Forbes para atletas mais bem pagos do mundo.

Foi Connor McGregor. De acordo com a revista, o irlandês faturou US$ 43 milhões (R$ 214 mi) entre maio de 2021 e 2022, sendo a 35ª maior receita entre atletas neste período. No ano anterior, ele tinha liderado a lista, mas lesões reduziram sua participação em 2022.

E essa ausência dos lutadores do UFC gera muitas reclamações por parte dos atletas. Muitos alegam uma desvalorização por parte da liga, vendo vários boxeadores profissionais conseguindo ter receitas maiores – Canelo Alvarez, por exemplo, é o 8º dessa lista.

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