Saiba mais sobre os duelos e a rivalidade entre duas grandes seleções do volêi
Quando pensamos no vôlei feminino, uma das maiores rivalidades que existe é entre as seleções de Brasil e Rússia. E já é assim há quase 20 anos. Então, quando os 2 times se encontram em quadra, a expectativa é de jogo pegado.
A rivalidade entre as duas seleções é tão grande que praticamente deixou para trás a que existia entre Brasil e Cuba. Nos anos 1990, os duelos entre os 2 times pareciam Brasil e Argentina no futebol, tamanha catimba.
Mas como começou essa disputa acirrada entre Brasil e Rússia no vôlei feminino? Quais os duelos mais marcantes? E quem levou a melhor nos últimos confrontos? Isso é o que a gente vai descobrir a partir de agora, neste artigo do Jogo Hoje.
Virada sofrida pela Seleção Brasileira nos Jogos de Atenas-2004 deu início à rivalidade de Brasil e Rússia
O ano era 2004 e o Brasil nunca havia chegado a uma final olímpica com o vôlei de quadra feminino. Nos Jogos de Atenas, encarou na semifinal a Rússia. E depois de ficar muito perto da vaga na decisão, sofreu uma virada histórica. Assim, era o início de uma rivalidade que dura até hoje.
A Seleção Brasileira venceu os 2 primeiros sets daquela semifinal olímpica, com parciais de 25/18 e 25/21. Depois, perdeu o 3º set por 25/22. Até aí, tudo bem, mas o inacreditável estava guardado para o 4º set.
Quando a partida estava 2 sets a 1 para o Brasil, o time comandado por José Roberto Guimarães teve 6 chances de fazer 3 a 1, mas desperdiçou todas. Assim, a Rússia venceu o 4º set por 28/16.
Apesar do vacilo, o Brasil começou bem melhor no tie-break e chegou a abrir 12 a 9. Quando estava a 3 pontos de assegurar a vitória, a equipe passou a cometer erros em quadra. A Rússia aproveitou e fechou o set em 16 a 14.
Depois da partida, o técnico José Roberto Guimarães afirmou: “É difícil explicar o inexplicável”. Na final, a Rússia foi derrotada pela China, que ficou com o ouro. Na decisão do bronze, o Brasil foi derrotado por Cuba.
Freguesia? Rússia ganhou do Brasil 2 vezes em Mundiais
Depois da derrota traumática e até hoje lamentada, a Seleção Brasileira não teve tempo para descansar da Rússia. Dois anos depois, lá estavam as Brasil e Rússia se encontrando em quadra para mais um duelo importante. E mais uma vez, deu Rússia.
As 2 equipes semifinalistas dos jogos de Atenas-2004 disputaram a final do Campeonato Mundial de Voleibol Feminino. E a história se repetiu: Dois sets para cada lado e a decisão ficou para o tie-break. A Rússia fechou em 15 a 3, sendo campeã mundial.
Em 2010, outra vez o Campeonato Mundial foi decidido entre Brasil e Rússia. E mais uma vez, as russas foram algozes das brasileiras. De novo, no tie-break. O Brasil venceu o 1º e o 3º set. A Rússia ganhou o 2º e o 4º. No 5º set, as russas ganharam com certa folga, por 15 a 11.
Redenção
Quando a Rússia foi definida como adversária nas quartas de final dos Jogos de Londres-2012, o sentimento foi de preocupação. Afinal, as russas haviam vencido os últimos 3 grandes duelos contra as brasileiras.
Mas no roteiro desse duelo de 10 anos atrás havia uma diferença: as brasileiras eram as atuais campeãs olímpicas. Situação bem diferente de 2004, quando a equipe nunca tinha ido a uma final olímpica.
O duelo contra a Rússia em Londres-2012 foi como se esperava. Jogo disputado, com 2 sets vencidos por cada equipe. Desta vez, entretanto, foram as brasileiras que começaram perdendo o 1º set e venceram o 4º set para levar a decisão para o tie-break.
No 5º set, as brasileiras começaram perdendo. Parecia que estava prestes a acontecer mais uma derrota para as russas. Mas desta vez o time brasileiro estava bem mais forte, inclusive mentalmente. E ganhou o último set por 21 a 19.
A “freguesia” contra a Rússia tinha terminado. Mas a fome de título das brasileiras continuou naquela Olimpíada. A equipe derrotou o Japão na semifinal e os Estados Unidos na final. Assim, o time assegurou o bicampeonato olímpico.
Sheilla e Gamova, a rivalidade à parte entre Brasil e Rússia
A rivalidade entre Brasil e Rússia no vôlei feminino tem a marca de 2 nomes bem conhecidos: Sheilla e Ekaterina Gamova. As duas opostas fizeram a diferença para os seus países nos duelos vencidos.
Na semifinal dos Jogos de Atenas-2004 e nas finais dos Mundiais de 2006 e de 2010, Gamova foi a principal jogadora russa. Nas quartas de final dos Jogos de Londres-2012, foi Sheilla que comandou a vitória brasileira.
Só para se ter uma ideia, Sheilla salvou 5 dos 6 match points que a Rússia teve. É como se o sucesso de Brasil e Rússia nos últimos 18 anos dependesse da atuação individual de suas opostas.
Hoje em dia, as duas estão aposentadas. Sheilla deixou as quadras em abril de 2022, aos 38 anos. Hoje em dia ela tem 39 anos e faz parte da comissão técnica do Minas Clube. Gamova anunciou a aposentadoria em maio de 2016, poucas semanas antes dos Jogos do Rio-2016.
Sheilla e Gamova são consideradas duas das maiores opostas da história do vôlei. A russa chamava atenção pela sua altura. Com 2,04 metros, ela conseguia atingir 3,20 quando atacava.
Sheilla tem no currículo 2 medalhas de ouro olímpicas (Pequim-2008 e Londres-2012), além de 2 pratas e 1 bronze em Mundiais. Gamova conquistou 2 pratas em Jogos Olímpicos, além de 2 ouros e 1 bronze em Mundiais.