Saiba mais sobre os Clubes SAF no Brasil a partir da nova lei
Clubes SAF no Brasil: um fenômeno recente tem mudado a forma como muitos clubes brasileiros são geridos. A Sociedade Anônima de Futebol (SAF) parece ter vindo para ficar no país. Definitivamente, ela é uma realidade entre os times que disputam o Brasileirão.
Mas embora cada vez mais clubes estejam aderindo à SAF ou mostrando interesse por ela, o tema ainda desperta muitas dúvidas. Não só sobre o significado desse tipo de sociedade, mas também sobre o funcionamento em um clube de futebol.
Entendendo o que é uma SAF
Para ter uma noção mais clara da mudança de gestão de alguns clubes brasileiros, é preciso entender o que é uma SAF. A Sociedade Anônima de Futebol é um tipo de empresa. Ou seja, o clube que aderir à SAF vira um clube-empresa.
Na prática, o clube deixa de ser uma associação sem fins lucrativos e passa a ser uma associação empresarial. A mudança pode ser feita graças a uma mudança na legislação, ocorrida em 2021.
Os passos para virar um clube-empresa
Hoje em dia, o clube pode ser fundado como um clube-empresa, mas também pode ser convertido em uma. A chamada lei da SAF dispõe de normas de segurança que regulamentam a mudança.
No caso dos clubes que existiam como associação sem fins lucrativos e optaram pela SAF, o seu capital será vendido para um proprietário. Essa venda pode ser parcial (minoritária ou majoritária) ou completa.
O que muda com o clube que virar SAF
A história dos clubes brasileiros foi quase toda escrita por dois personagens: o sócio e o presidente. Nos casos de associação sem fins lucrativos, os sócios elegem o presidente do clube para um mandato que costuma ser de 2 a 3 anos.
E durante esse período, o presidente tem o poder de gerir o clube, dividindo suas funções com outros diretores, alguns deles sendo remunerados. Muito antes dos clubes SAF no Brasil.
Por outro lado, no caso de um clube-empresa, o proprietário tem o poder soberano, sem tempo determinado de mandato. Ou seja, ele só deixa o clube se vender sua parte na empresa.
Dentro da SAF, o proprietário poderá descentralizar a gestão do clube. Assim, poderá estabelecer diretores para várias áreas. Esses diretores serão remunerados e subordinados ao proprietário.
Vários já são Clubes SAF no Brasil
Embora a mudança na legislação seja recente, vários já são clubes SAF no Brasil. E em um primeiro momento, a reação foi positiva. Com mais investimento, esses clubes passam a ter uma gestão mais equilibrada.
Um dos exemplos mais emblemáticos é o Cruzeiro. O time estava afundado em dívidas e em crise dentro de campo, afundado na Série B.
Ídolo do clube, Ronaldo Fenômeno comprou 90% das ações do clube e virou proprietário. Já como clube-empresa, o Cruzeiro conseguiu, no ano passado, voltar à Série A.
O Botafogo e o Bahia passaram por uma mudança bem parecida com a do Cruzeiro. Tanto o clube carioca como o baiano venderam 90% de suas ações. O Botafogo, para um investidor norte-americano; o Bahia, para o Grupo City.
Depois do Botafogo, o Vasco se tornou o segundo grande clube do Rio de Janeiro a aderir à SAF. Mas a transação foi um pouco diferente. O Vasco vendeu 70% das suas ações para uma empresa norte-americana.
Antes de todos esses, aconteceu a mudança do Red Bull Bragantino para ser um dos clubes SAF no Brasil. Em 2019, a agremiação fez uma parceria com a empresa de energéticos, que assumiu o comando do futebol a partir de um investimento inicial. O acordo previa que a empresa passaria a ter controle total do clube em até 5 anos.
Mas dos clubes SAF no Brasil na Série A, o pioneiro é o Cuiabá. O clube virou empresa em 2009, bem antes de o tema ser recorrente no futebol brasileiro.
Com alto investimento, o Cuiabá chegou à Série A em 2021. Foi a estreia da equipe na elite do futebol brasileiro. E desde então não saiu, se mantendo como um dos clubes que nunca foram rebaixados à Série B, ao lado de Santos, São Paulo e Flamengo. Esses não estão na lista de clubes SAF no Brasil.
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