Eles são amados por uns, não tanto por outros. Mas uma coisa é certa: as transmissões não teriam a mesma graça sem os narradores esportivos do Brasil. Com vozes marcantes e bordões que não saem da cabeça do telespectador, eles fazem parte dos eventos.
Os narradores estão por todos os esportes. Nos jogos de futebol, basquete, vôlei ou tênis, nas provas na natação, nas corridas e nas lutas. Cada um com seu jeito, suas manias e suas teimosias.
A partir de agora, o Jogo Hoje apresenta um pouco mais dos principais narradores esportivos do Brasil. Você pode até não conhecer os nomes de alguns deles, mas certamente já ouviu os seus bordões. Duvida? Então vamos tirar essa dúvida.
“Haja coração” com as transmissões de Galvão Bueno, um dos principais narradores esportivos do Brasil
Principal narrador esportivo da Globo há muitos anos, Galvão Bueno não é uma unanimidade. Apesar do talento e da voz marcante, já foi alvo de críticas pela firmeza com que muitas vezes expõe suas opiniões.
Mas vamos combinar uma coisa: assistir a um jogo da Seleção Brasileira sem a narração de Galvão Bueno pode não ter a mesma graça. Não por acaso, né? Galvão já narrou 9 Copas do Mundo! Desde 1990, sempre como narrador principal da Globo.
Com a enorme audiência da emissora, os bordões de Galvão se tornaram grandes clássicos das transmissões esportivas. Basta ler a frase “bem, amigos da Rede Globo” para a pessoa ter a impressão de que está escutando a voz de Galvão no início de qualquer transmissão.
Como costuma dar emoção ao evento que transmite, talvez nenhum bordão de Galvão seja tão autêntico quanto o “haja coração”. De todas as suas narrações, certamente nenhuma foi tão emocionante quanto a conquista do tetracampeonato da Seleção Brasileira em 1994: “É tetra! É tetra!, é tetra!”, gritava no microfone, abraçado com Pelé.
Não é só no futebol que os narradores esportivos do Brasil fazem história
Antes de comandar o futebol da Globo, Galvão Bueno fez história na Fórmula 1. Narrou o bi e o tri de Nelson Piquet e os três títulos de Ayrton Senna. Com narrações históricas, sobretudo de Senna, Galvão foi fundamental para ajudar a popularizar a Fórmula 1 no Brasil.
Galvão narrou quase todos os principais eventos esportivos envolvendo brasileiros. Entre eles, a conquista do pentacampeonato Mundial da Seleção Brasileira. Também coube a Galvão a triste missão de narrar a morte de Ayrton Senna.
“Sabe de quem”? Chance de substituir Galvão deve ser dada a Luís Roberto
Já algum tempo que Galvão Bueno vem amadurecendo sua aposentadoria. Aos 72 anos e com 41 anos dedicados à Rede Globo, o narrador tem sentido a necessidade de parar. Até porque sua voz já não tem a mesma potência de antes.
Ele deve continuar na Globo até 2024, mas com um ritmo bem mais leve. Aos poucos, a empresa vai fazer a transição do novo principal narrador esportivo. E o mais cotado para assumir o posto de Galvão é Luís Roberto.
Na Globo desde 1998, Luís Roberto começou a ganhar espaço nos últimos anos, narrando os principais jogos da Série A e competições importantes nos Jogos Olímpicos. Seu bordão mais conhecido é o “sabe de quem?”, que costuma dizer quando um jogador faz um gol.
“Hoje não, hoje não, hoje sim. Hoje sim?”
Se Luís Roberto for confirmado como o novo narrador esportivo número 1 da Globo, Cléber Machado deve ser oficializado como o 2º principal narrador esportivo da Globo. Ele “disputava”, justamente, com Luís Roberto o posto de número 2.
Muito presente em narrações de jogos do Campeonato Brasileiro, Cléber Machado também narrou outros esportes. E sua frase mais marcante não veio de uma narração de futebol.
Em 2002, durante o Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1, Cléber Machado se preparava para narrar a vitória de Rubens Barrichello. Na linha de chegada, ao lembrar que em outra ocasião Barrichello havia cedido o 1º lugar para Michael Schumacher (os 2 eram da mesma equipe, a Ferrari), Cléber Machado disse uma frase que é lembrada até hoje.
“Hoje não, hoje não…Hoje sim! Hoje sim?”. Foi com essa narração que Cléber Machado não conseguiu esconder a surpresa ao ver Barrichello deixar Schumacher passar na linha de chegada. A narração virou meme e é lembrada até hoje.
“Que fase!”: Milton Leite garante boas risadas
Narrador do SporTV, Milton Leite também é um dos principais narradores esportivos do Brasil é conhecido por dar leveza às transmissões. Seu estilo descontraído costuma garantir ao telespectador boas risadas. Espontâneos, seus bordões costumam virar memes nas redes sociais.
Quem nunca viu um meme com a frase “que fase…”, não é mesmo? O narrador costuma soltar essa quando vai destacar algum momento ruim de um jogador. Pode ser alguém que perdeu um gol feito, por exemplo. Quando o jogador faz algo positivo, por outro lado, o bordão muda e vira: “Que beleza”.
“Foi, foi, foi, foi…foi ele”: Silvio Luiz é o rei dos bordões
Aos 88 anos de idade, Silvio Luiz tem um currículo imenso na TV brasileira. O narrador esportivo já trabalhou na Rádio Tupi, TV Record, Rádio Bandeirantes, Rádio Record, TV Excelsior, SBT e Band.
Por onde passou, Silvio Luiz era conhecido pela irreverência nas narrações. Foram inúmeros os bordões que criou e popularizou ao longo dos anos. Principalmente na década de 90, quando narrava jogos do Campeonato Italiano na Band.
Entre os bordões mais conhecidos, “pelo amor dos meus filhinhos”, “pelas barbas do profeta”, “olho no lance”, “foi, foi, foi, foi…foi ele” e “quê que eu vou dizer lá em casa?”.
Um incentivador do esporte na TV: o legado de Luciano do Valle, outro entre os grandes narradores esportivos do Brasil
Na lista dos maiores narradores esportivos do Brasil, há vários que já morreram. Um deles é Luciano do Valle. Apontado como um dos grandes incentivadores do esporte na TV, ele trabalhou nas principais emissoras do país e dedicou boa parte dos seus 66 anos de vida à TV.
Luciano do Valle foi um dos maiores incentivadores da transmissão de jogos de futebol. Inclusive de jogos de futebol feminino. Diferentemente da maioria dos colegas, não gostava de usar bordões: “Não somos artistas”, disse, certa vez.
Mas Luciano do Valle foi além do futebol. Apostou na transmissão de jogos de basquete e do boxe. Também abriu espaço para a Fórmula Indy no Brasil. E foi um grande incentivador da transmissão de lutas de boxe, principalmente de Maguila.