A 3ª divisão chega na reta final com 8 times brigando por 4 vagas no acesso
O Brasileirão Série C vive um momento decisivo. Os 8 times que continuam na briga por uma vaga na Série B do próximo ano estão disputando o quadrangular do acesso. Falta muito pouco para descobrir quem vai subir em 2022.
Nesta fase, os 8 times foram divididos em 2 quadrangulares, cada um com 4 times. Os 2 melhores clubes de cada quadrangular garantem vaga na Série B de 2023. O campeão da Série C deste ano será conhecido em uma final que será disputada entre o melhor time de cada quadrangular.
O 1º quadrangular do Brasileirão Série C, chamado de Grupo B, está sendo disputado por Mirassol, Botafogo-SP, Volta Redonda e Aparecidense. O segundo quadrangular, ou Grupo C, tem Vitória, ABC, Figueirense e Paysandu.
Quadrangular do Brasileirão Série C tem times tradicionais do futebol brasileiro
A disputa do Grupo C chama a atenção por ter times tradicionais do futebol brasileiro. É o caso, por exemplo, do Figueirense, um dos dois maiores times de Santa Catarina. A equipe tenta se reerguer após o rebaixamento sofrido no ano passado.
Mas o Figueirense não é o único time de camisa no Grupo C. Lá está também o Vitória, um dos maiores clubes do Nordeste. O Rubro-negro baiano chegou a ser vice-campeão brasileiro em 1993, perdendo a final para o Palmeiras.
Por fim, são adversários de Figueirense e Vitória no Grupo C, Paysandu e ABC. O Papão é um dos times de maior camisa da região Norte, junto com o Remo, ambos de Belém. O Alvinegro é um dos times grandes do Rio Grande do Norte e é apontado como o maior campeão do Brasil. Nenhum outro time do país tem 57 títulos, como o ABC.
Queda à Série C vem após crise fora de campo
Os fatores que levam um time de tradição a parar na Série C do Campeonato Brasileiro podem ser vários. Mas geralmente existe algum problema nos bastidores. E esse problema, quase sempre, é provocado por uma crise financeira.
Figueirense
O caso do Figueirense, por exemplo, é bastante emblemático. Nos últimos anos, o clube atravessa um grave problema financeiro. Em 2019, o atraso dos salários dos jogadores era tão grande que o elenco fez uma greve e o time levou um W.o. porque a equipe se recusou a jogar determinada partida da Série B.
Dois anos depois, a crise se agravou, ajudada pela pandemia da Covid-19. O clube protocolou um pedido de recuperação judicial. O objetivo foi “equacionar” as dívidas junto aos credores. Assim, sobraria alguma receita para gerir o futebol.
Vitória
A situação do Vitória também é difícil. Neste caso, o clube precisou lidar com problemas recorrentes de gestão. Para se ter uma ideia, foram 9 trocas de presidentes em um período de 9 anos. Ou seja, um presidente por ano. Assim, o clube se apequenou ao longo dos anos.
Na década de 1990, o Vitória era considerado um clube com modelo de gestão a ser seguido. Não por acaso, conquistou vários títulos estaduais e regionais, e ficou muito perto do título brasileiro, batendo na trave em 1993. Desse tempo, restaram as lembranças.
A realidade em campo mudou bastante nos últimos anos. O Vitória disputou a Série B 3 vezes seguidas lutando contra o rebaixamento para a 3ª Divisão. Em 2019 e 2020, escapou da queda. Em 2021, não teve jeito.
Assim, o Vitória voltou para a Série C 15 anos após o 1º rebaixamento à 3ª Divisão nacional. Em 2006, o clube conseguiu reagir imediatamente e subiu para a Série B de 2007. Repetir o feito daquele ano é a meta em 2022.
Sair da Série C é primeiro passo para afastar a crise
Não existe outra saída para os tradicionais clubes do Brasil que estão na Série C. Conquistar o acesso é uma obrigação. Não apenas pelo aspecto histórico. Na verdade, principalmente pela questão financeira.
A Série B deste ano, inflada pela presença de 3 gigantes do futebol brasileiro (Grêmio, Cruzeiro e Vasco), teve uma receita de R$ 24 milhões para os clubes. Ou seja, cada um recebeu R$ 1,2 milhão, em 6 parcelas.
No ano passado, por exemplo, a cota a ser dividida entre os clubes foi de R$ 11 milhões. E já há um acordo firmado para o próximo ano que prevê a distribuição de R$ 27 milhões para os clubes. Se não houver nenhuma mudança, esse valor chegará a R$ 30 milhões em 2023.
Por outro lado, os clubes da Série C ganharam este ano, cada um, R$ 650 mil. Inicialmente, o valor repassado para cada clube foi de R$ 250 mil. Em um segundo momento, a CBF repassou mais R$ 400 mil para cada agremiação.
Ou seja, qualquer projeto de recuperação futura, seja do futebol ou das finanças, passa por um acesso à Série B de 2013. Para Mirassol, Botafogo-SP, Volta Redonda, Aparecidense, Figueirense, Vitória, Paysandu e ABC, o futuro passa pelo quadrangular que estão disputando.
Surpresas podem acontecer na hora de definir acessos
A disputa pelas 4 vagas na Série B de 2013 está aberta. Nenhum time pode ser desconsiderado. Entretanto, os primeiros jogos foram marcados por surpresas nos 2 grupos.
No Grupo B, quem largou na frente foi o Mirassol, com 2 vitórias e 2 empates nos 4 primeiros jogos. No Grupo C, com a mesma campanha, a equipe que começou em primeiro foi o ABC, deixando para trás os favoritos Figueirense e Vitória.
Nos 2 casos, ainda é cedo para apontar quem deve subir. Mas é fácil imaginar que a disputa deve seguir viva até o fim. Os 4 times que vão subir em 2022 devem ser definidos nos detalhes.